JULGAMENTO

Com voto de Cármen Lúcia, STF forma maioria para condenar Bolsonaro

“O 8 de Janeiro não foi um acontecimento banal”, afirmou a ministra durante sessão da primeira turma da Corte

A ministra Cármen Lúcia durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Foto: Victor Piemonte/STF)
A ministra Cármen Lúcia durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Foto: Victor Piemonte/STF)

Após o voto do ministro Luiz Fux, que discordou dos colegas de Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Flávio Dino, a ministra Cármen Lúcia formou, na tarde desta quinta-feira (11), maioria pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados por tentativa de golpe de Estado contra a vitória eleitoral de Lula em 2022.

“O 8 de Janeiro não foi um acontecimento banal”, afirmou a ministra durante sessão da primeira turma da Corte.

A magistrada começou com as questões preliminares reclamadas pelas defesas dos réus. Ela rejeitou a preliminar que tratava sobre a incompetência do STF em julgar a ação penal, sobre a nulidade do processo e a sobre o cerceamento de defesa elencado por parte das defesas. Também reconheceu a validade da delação de Mauro Cid. Com isso, já há maioria na Turma para rejeitar essas preliminares.

‘Prova cabal’

Ao votar o mérito, a ministra adiantou que vê provas dos crimes dos réus contra as instituições democráticas: “A procuradoria afirmou, e acho que já antecipo, fez prova cabal de que o grupo, liderado por Jair Messias Bolsonaro, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas, com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022, minaram o livre exercício dos demais poderes constitucionais”.

“O que há de inédito nessa ação penal é que nela pulsa o Brasil que me dói. A presente ação penal é quase um encontro do Brasil com seu passado, com seu presente e com seu futuro, na área de políticas públicas e órgãos de estado”, disse a ministra, logo no início de seu voto.

Anteriormente, Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram a favor da condenação de todos os acusados, enquanto Luiz Fux divergiu e absolveu a maior parte dos réus, incluindo o ex-presidente. Nesta quinta-feira, após Cármen Lúcia, quem vota é o presidente da turma, Cristiano Zanin.

Mesmo em caso de maioria formada pela condenação, o julgamento não se encerra nesta quinta. A fase de dosimetria, que define as penas de cada réu, deve ocorrer apenas na sessão dessa sexta-feira (12).

*Com informações do Metrópoles

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