INDEFINIÇÃO

Relatora da cassação do governador diz não ter competência para retomar julgamento

Em despacho, ministra Isabel Galotti diz que competência para colocar processo em pauta novamente é da presidência da Corte

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O plenário do Tribunal Superior Eleitoral, tse
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (Foto: Luiz Roberto/Secom/TSE)

O processo de cassação do governador Antonio Denarium (Progressistas) e do vice-governador Edilson Damião (Republicanos) completa, neste mês, dez meses de paralisação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E a Corte ainda não explicou por que não retoma o julgamento iniciado em agosto de 2024.

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Desde lá, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR) cassou Denarium pela quarta vez por compra de votos nas eleições de 2022, caracterizada por abusos de poder político e econômico.

Na última semana, a Folha cobrou do TSE informações atualizadas sobre quando o processo voltará à pauta, assim como os motivos que causaram o cancelamento do julgamento.

Além disso, a reportagem sugeriu a possibilidade de entrevistar a presidente do TSE, Cármen Lúcia. A assessoria da Corte prometeu verificar a disponibilidade de agenda da ministra, mas não retornou mais.

Sem resposta objetiva, a razão para o cancelamento segue como um mistério.

Nessa segunda-feira (9), a relatora do recurso, ministra Isabel Galotti, disse em despacho que a competência para a inclusão do processo na pauta do TSE é da presidente da Corte.

O documento foi uma resposta ao pedido da Coligação Roraima Muito Melhor, autora das ações, para retomar o julgamento.

“A ausência de definição quanto à retomada do julgamento causa insegurança jurídica, instabilidade institucional e contribui para o descrédito da população no sistema de Justiça Eleitoral”, disse, em petição.

Em novembro passado, cinco deputados federais de Roraima pressionaram a Corte eleitoral a retomar o julgamento, mas não conseguiram influenciar o andamento da ação.

Eles, então, consideraram o contexto de possíveis interferências do Governo Denarium nas eleições municipais de 2024 e recentes escândalos de corrupção no alto escalão.

A ação

Logo após as eleições de 2022, a coligação apresentou ações de investigação contra a chapa Denarium e Damião, eleita com 163.167 votos.

O grupo da ex-prefeita Teresa Surita (MDB) acusou os rivais de pleito de praticar nove crimes:

As quatro primeiras acusações já levaram a quatro cassações de Antonio Denarium e a duas de Edilson Damião no TRE-RR.

Eles, no entanto, recorreram ao TSE por defenderem a legalidade de suas ações. Em quatro pareceres, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) sugeriu a rejeição dos recursos para manter as cassações.

Caso o tribunal atenda o pedido, Denarium e Damião poderiam, portanto, automaticamente perder os mandatos e ficar inelegíveis até 2030.

Assim, Roraima teria eleição suplementar para governador e vice-governador.

Sessão passada

Ministra Isabel Gallotti, Tribunal Superior Eleitoral, tse
A ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral (Foto: Luiz Roberto/Secom/TSE)

O julgamento da cassação iniciou no dia 13 de agosto de 2024. Na ocasião, a ministra Isabel Gallotti fez a leitura do relatório sem proferir o voto.

Ela leu, por exemplo, o argumento da defesa dos políticos de que a decisão do TRE-RR omitiu os votos de dois juízes eleitorais contrários à pena máxima e em que defendem a legalidade dos atos de governo em ano eleitoral.

Na sessão, os advogados de defesa do governador e do vice-governador reforçaram os argumentos.

Por outro lado, a defesa reiterou as acusações, ao destacar, por exemplo, que houve uma inundação de verbas públicas em ano eleitoral, “sem nenhum tipo de pudor”, para a reeleição de Denarium.

Por acordo com ministros que a presidente do TSE não esclareceu na sessão, Cármen suspendeu o julgamento e prometeu continuá-lo em outra data.

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