Política

“Dança do crioulo doido”, diz Telmário sobre coligações

Senador confirmou que se licenciará do cargo para disputar o Governo e afirmou que políticos estão mais preocupados com palanque

O cenário político de Roraima vem ganhando contornos cada vez mais claros a pouco mais de cinco meses para as eleições gerais. Na corrida pelo Governo do Estado, alianças começam a ser formadas, como as do ex-governador Anchieta Júnior (PSDB) com o senador Romero Jucá (PMDB), e outras desfeitas, caso ocorrido entre o deputado estadual Mecias de Jesus (PRB), pré-candidato ao Senado, e a governadora Suely Campos (PP). Apesar disso o cenário de alianças ainda é considerado indefinido. 

Um dos únicos pré-candidatos que parece estar com o palanque praticamente fechado é o senador Telmário Mota (PTB), que se licenciará do cargo para disputar o executivo estadual. À Folha, ele fez uma análise sobre as alianças dos adversários as quais chamou de “dança do crioulo doido”.

“Há pouco tempo ouvi o Jucá dizer por diversas vezes que o único político que não faria composição era com Anchieta, porque teria feito péssima governabilidade. Agora eles se juntam para tentar governar Roraima pela terceira vez. Por outro lado, o Luciano Castro começou com a Teresa Surita, passou pelo Anchieta e agora migrou para a Suely. Logo adiante tem o Mecias que estava com a Suely e se aliará ao Denarium”, disse.

Para Telmário, nenhum dos pré-candidatos tem coalizão ideológica. “Não há coalizão em cima de um projeto para reconstruir Roraima, que está econômica e socialmente destruído e ninguém parece preocupado com o povo e nem em reconstruir o Estado, ou seja, cada um está olhando para o seu pirão”, afirmou.

O senador pretende disputar pela primeira vez o Governo de Roraima e já tem, inclusive, chapa montada com o geólogo Evandro Moreira, que será o seu vice. Segundo ele, o lançamento de sua pré-candidatura deve ocorrer no dia 14 de junho. “Vamos montar toda a estratégia de campanha para estarmos na rua nesta data. Já formei minhas alianças e apoiarei para o Senado o Júlio Martins e a senadora Ângela Portela [PDT]. Temos três partidos fechados e estamos conversando com mais dois partidos para buscarmos tempo de televisão”, contou.

A formação da coligação, conforme Telmário, foi feita em cima de princípios ideológicos visando um plano de governo com início, meio e fim. “A candidatura que tem linha reta e certa é a nossa, porque buscamos parcerias com pessoas ilibadas e que não estão envolvidas com corrupção. Não podemos esquecer que Roraima ainda é o Estado do futuro onde os pobres podem ficar ricos trabalhando honestamente”, destacou.

Telmário se licenciará do Senado durante a campanha eleitoral

O senador Telmário Mota (PTB) solicitou ao Senado, na semana passada, licença das atividades parlamentares por 120 dias. Conforme justificou, pediu o afastamento para poder visitar comunidades, pessoas, municípios, ou seja, seus eleitores e base em Roraima visando à disputa pelo Governo do Estado.

No lugar dele assumirá o administrador e presidente do Partido Verde, Rudson Leite da Silva, segundo suplente de Telmário na chapa eleita em 2014 para o Senado. Ele tomará posse em sessão plenária do Senado logo após o afastamento do senador, na próxima quarta-feira, 30. À Justiça Eleitoral, o suplente, de 55 anos, natural de Boa Vista, declarou ter patrimônio de R$ 250 mil.

Será a segunda vez que Telmário se licenciará do Senado. Em 2016, o empresário Thieres Pinto de Mesquita Filho assumiu o cargo por quatro meses. Telmário Mota não receberá pelo período em que estará longe do Parlamento. Ele deve retomar as suas atividades como senador da República em setembro. “Estou fazendo isso para fazer campanha sem receber salário e debatendo com a população a melhor política pra Roraima, que está economicamente inviável”, justificou.