Opinião

Opiniao 28 09 2017 4863

Concurso público: caminho para a estabilidade – Flamarion Portela *

Todo mundo sonha em ter uma vida profissional e financeira estável. Para isso, o foco nos concursos públicos é uma premissa da maioria da população jovem, que quer garantir um futuro para si e para sua família.

Garantido pelo Artigo 37 da nossa Constituição Federal, o concurso público é o processo seletivo que permite ao cidadão, com igualdade de oportunidades, da forma mais democrática possível, investir em cargo público.

O concurso é um grande aliado da administração pública, pois é através dele que a sociedade terá a oportunidade de ter na ponta do atendimento, pessoas qualificadas, que se prepararam para chegar ali e, portanto, terão maior capacidade de oferecer à população, serviços de melhor qualidade e mais humanizado.

Em Roraima, tive a oportunidade de ser o primeiro governador a realizar um concurso público, em 2003. Roraima ainda era um Estado novo, com um grande número de migrantes chegando todos os dias e precisando de emprego e renda. E, como era de conhecimento de todos, tínhamos uma economia insipiente, com um Comércio ainda em crescimento e quase nada no setor industrial.

A realização do primeiro concurso garantiu estabilidade para mais de 9 mil pessoas, que conseguiram ser aprovadas nas mais diversas áreas de atuação do serviço público, como a Educação, Saúde e Segurança, entre outras.

Mas, de lá para cá, pouco ou quase nada foi feito para renovar os quadros do funcionalismo público em Roraima. A maioria dos gestores prefere realizar processos seletivos por tempo determinado, em detrimento do concurso público.

A governadora Suely Campos vem se mostrando “o ponto fora da curva” em sua gestão. Nesses três primeiros anos de governo já convocou mais de 1500 aprovados no concurso da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), realizado em 2013. Também foram convocados mais de 200 do concurso do Iteraima (Instituto de Terras de Roraima)

Mas, a maior expressão de sua vontade de fazer acontecer foi o anúncio da realização de concursos em diversas secretarias e órgãos do Governo. Já está em andamento o concurso da Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima), que vai oferecer 143 vagas em todos os níveis de ensino.

Também já foram anunciados os concursos para agentes penitenciários pela Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania), com a oferta de 300 vagas; e para a Polícia Civil, com 330 vagas. Ainda estão em fase de elaboração de editais, os concursos da Setrabes (Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social) e da Polícia Militar.

E novos concursos ainda devem ser realizados nesta gestão da governadora Suely Campos, que junto com os investimentos em infraestrutura, na saúde, na educação , na segurança e nas mais diversas áreas, vão garantir um futuro melhor para nossa população.

*Deputado estadual e ex-governador de Roraima

Quem muda? – Vera Sábio*

É mais fácil esperar do outro, colocar a culpa no outro, deixar para o outro do que assumir a direção dos atos e palavras, enfim, ser o protagonista da própria história. Sabemos que dependemos de um sistema, de uma legislação, de outras pessoas, porém os outros também dependem da gente e todos somos importantes e responsáveis pelas mudanças existentes.

Somente quando tivermos consciência do nosso valor saberemos que tudo depende de quem muda. Ouvi esta metáfora que muito me fez refletir:

“Uma pessoa segurava uma xícara de café e alguém esbarrou em seu braço, fazendo com que derramasse café por todo lado. Alguém pergunta:

-Por que você derrubou o café?

E você responde que foi porque bateram em seu braço… Mentira. Foi porque havia café na xícara, se houvesse chá teria derramado chá ou qualquer outro líquido que tivesse na xícara.”

Assim, quem é o culpado? O culpado do que sai de você é somente você mesmo que foi capaz de se encher daquilo.

Estamos presos em nossas convicções de que o país não tem jeito, porém dependem de nosso voto as pessoas que governam o país e as que irão governar. Portanto, enquanto não assumirmos nosso papel e mudarmos realmente, valorizarmos as prioridades ao invés das ilusões, tudo continuará de mal a pior.

Não tem como fazer omelete sem quebrar os ovos. A bagunça foi grande demais, enquanto o gigante dorme iludido com as novelas, com as Olimpíadas, com a Copa do Mundo e agora com o Rock in Rio.

Só cada um é capaz de mudar e somente derramar o que possui no íntimo, por isso se encha de coragem, de honestidade, de discernimento, de verdade e assim transborde; limpando tanta sujeira que existe e construindo um futuro melhor.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]

Somos iguais a eles – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Os franceses são todos assim: podes dar-lhes 25 pauladas; se, ao mesmo tempo, diriges-lhes um belo discurso sobre a liberdade e a dignidade humana, esquecem as pauladas e escutam o discurso.” (Bismarck)

Os brasileiros, somos ou não somos iguais a eles? O que importa no que fizeram de nojento na política? O que importa é que eles nos prometeram o melhor, de acordo com o que eles acham melhor para nós. E o que eles acham que merecemos? E não precisamos ser intelectuais nem sábios para sabermos o que merecemos. O Joaquim Barbosa já falou isso recentemente, em relação ao tempo do Bismarck: “Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram.” E não podemos negar que conhecemos bem esse exemplo de desrespeito para com quem deveria merecer respeito.

Mas vamos maneirar. É bem verdade que não deveríamos estar batendo esse papo enojado. Mas sinto-me na obrigação de falar com quem quer ouvir. Sei que somos todos, vítimas do descaso político. E isso vem desde os tempos do Noé. Mas nunca iremos resolver esse problema anacrônico, com mentes anacrônicas. Então vamos nos atualizar para que mereçamos respeito. E só conseguiremos isso com o aprimoramento da nossa Educação.

E isso demanda muito tempo. Mas temos que começar o treinamento agora. Ou começamos agora ou nunca a teremos. E Educação não se constrói da noite para o dia.

O movimento político atual deve nos servir de exemplo do que devemos fazer como cidadãos. E como ainda não somos vistos como tal, vamos ver o que está faltando para que sejamos realmente cidadãos. Por que ainda não merecemos o voto facultativo, que é um exemplo de cidadania? Mas não devemos ir para as ruas gritar pela faculdade do voto. Ainda não estamos preparados para ela. Então vamos nos preparar. E só conseguiremos isso com educação política. O que não nos dão, porque têm medo que não votemos neles.

Agora sentemo-nos aqui e vamos refletir. Cada um de nós é responsável pelo seu futuro. E não teremos um futuro melhor se não melhorarmos nossa Educação. E você nunca alcançará o patamar de cidadão, enquanto vender seu voto. E a venda do voto não consiste só em receber dinheiro por ele. Há muitas maneiras de vender o voto. Você pode estar tocando-o por elogios, e promessas ilusórias. Está na hora de aprendermos que falatório não deve mais ser considerado com política.

Veja em quem você vai votar nas próximas eleições. Não se iluda mais com blá-blá-blás hipócritas. A época da buchadinha já passou. A responsabilidade pelas mudanças é de cada um de nós, nos nossos votos. Pense nisso.

*[email protected]