Espaço do Leitor

Opiniao 25 06 2018 6452

A absurda proibição pela consanguinidade – Tom Zé Albuquerque*

A cada dia que passa nos deixam mais estarrecidos as inúmeras empresas privadas que impregnam modelos gerenciais como verdade absoluta. Na década de noventa do século passado quase se convencionou que empregados (hoje, colaboradores) não poderiam estar trabalhando na mesma empresa na qual, parentes ou cônjuges também lá estivessem. Pois podem acreditar, atualmente ainda perdura essa aberração organizacional.

O núcleo de Relações Trabalhistas e Sindicais do Rio de Janeiro mantém dados de uma pesquisa com 13 grandes corporações no país para qual constatou que 77% delas restringem contratações de parentes na mesma empresa. Como consolo, 80% destas aceitam a possibilidade de absorver (em casos especiais) profissionais vinculados por parentesco, desde que não atuem na mesma área. Em qualquer situação há a predominância da falta de transparência e uma fragilidade empresarial sem medidas. 

No ponto de vista lógico, todas as empresas deveriam contratar funcionários que fossem dotados de perfil e formação em acordo com as necessidades da organização. Mas, ao contrário, muitas delas chegam a implantar formalmente em seus regimentos e estatutos esse preconceito, mesmo estando preceituado no artigo 5° da Carta Magna brasileira a liberdade do exercício de qualquer trabalho ou profissão. A situação se agrava quando dois funcionários da mesma empresa decidem se casar. E aí, é justo demitir um deles? E a famosa “boa rede de relações” tão pregoada nos departamentos de RH?

Aliás, hoje RH foi transformado em Gestão de Pessoas ou, ainda, no demagógico nome de Gestão de Talentos. Por falar nisso, uma das palavras mais festejadas na seara de pessoal é Meritocracia. O termo vem do latim mereo, que significa merecer; portanto, a contratação de alguém ou sua elevação no escalonamento hierárquico decorrer-se-á de merecimento. Lindo, não? No mesmo sentido, a empresa abomina as expertises de excelentes profissionais tão-somente por ter vínculo consanguíneo ou conjugal. Isto é discriminação ou falácia mesmo?

Muitos gestores confundem junção de forças profissionalizadas com nepotismo; este, que deriva do latim nepos, nepotis, significa netos e sobrinhos, o que dá o entender concessão de benesses a parentes. O termo, apesar de fartamente usado na administração pública, cabe também na atmosfera privada. Há muita controversa no assunto, sobretudo pelos modelos paternalistas utilizados no mundo empresarial brasileiro, pelo excessivo número de empresas familiares existentes. Mas empresa familial não é sinônimo de ingerência. Existem milhares de empresas desse formato que estão em tal nível de profissionalização que o parentesco torna-se irrelevante no bojo gerencial.

As relações sociais estão mudando a todo o momento; por conseguinte, as culturas e formatos gerenciais também. Não se sabe qual será a próxima mirabolante ideia dos cientistas organizacionais. Afinal, são as pessoas seres naturais e individualmente ímpares. E como dizia Aristóteles: “os desiguais devem ser tratados desigualmente”. 

*Administrador 

LEÃO E ELEFANTE – Vera Sábio*

Espero mesmo de coração que nós brasileiros nos unamos para defender nossos direitos, como todos ficam unidos, quando acontece a copa do mundo ou jogos que, pouco acrescentam na evolução do país. O leão só é o rei da floresta, enquanto o elefante não souber a força que tem.

Nós trabalhadores brasileiros, não somente a classe dos caminhoneiros; mas todos em geral, precisamos acreditar na força que temos e assim, os políticos que estão na frente, simplesmente porque, nosso voto os colocou lá. Entenderão que não possuem força alguma, a não ser a força emitida do povo.

Então é hora de parar: É hora de parar com o medo e mostrar nosso real valor em prol de uma pátria mais honesta. É hora de parar com as ilusões de que não importa muito se tal político rouba, se ele fizer um pouco. Isto é, ilusão e maquiagem embutida pelo poder e pela cultura, não deixando o povo enxergar o verdadeiro valor que ele tem, podendo com o seu voto, limpar a pátria de tanta corrupção.

É hora de parar com a bagunça que está e colocar disciplina; pois o regime militar não foi ditadura, já que tivemos vários que passaram pelo regime militar, onde os preços não subiam como agora e não tínhamos a miséria que o comunismo mostra na Venezuela e em outros países, em que realmente possui ditadores. É hora de parar com o comodismo e enxergar a realidade, na consciência que somos os elefantes e temos a força da nação; pois do jeito que está não há como ver o futuro e ter orgulho de sermos brasileiros.

Portanto coloquem a mão na consciência e vejam que os caminhoneiros não estão parando o país. Quem para o país são os políticos, os ministros e todos aqueles envolvidos em corrupções, que deixam morrer milhares nas filas do SUS. Aqueles que não podem pagar um salário honesto aos trabalhadores, fazendo assim aumentar a criminalidade e a morte pela fome. Para o país, o sistema que não proporciona uma educação de qualidade e não ensina as crianças amarem e servirem a pátria como verdadeiros cidadãos.

Portanto o povo movimenta a pátria, o povo paga impostos, o povo trabalha e gera trabalho a nação. Não podemos pagar a conta que os políticos fizeram com suas ambições doentias. Precisamos mudar o sistema, fazê-los perceber que a força é do povo e podemos girar ou parar a roda, para mostrar o valor que temos e o quanto merecemos ser respeitados.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega com grande visão interna. Compre meu livro “Enxergando o Sucesso com as Mãos”, entrando em contato comigo. (99168-7731)

A mente humana – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A mente humana é como um paraquedas. Só funciona quando aberta”.

Foi em mil novecentos e sessenta e oito. Eu estava num exame pré-vestibular, em Taubaté, São Paulo. Era um exame de português. Quando me sentei à mesa, a examinadora olhou pra mim e perguntou: 

– O que é que faz uma música se tornar clássica? 

Olhei pra ela, ergui as pestanas, e não me lembro que resposta eu lhe dei. Mas achei muito esquisita a pergunta, numa prova de português. Esquisito pra dedéu. Tempos depois dei risada com a reação da minha amiga colega de classe, Munira. Ela era uma israelita. Estudávamos no Curso Barão, ali na Rua Barão de Itapetininga, em São Paulo. Inscrevemo-nos, eu e ela, para um concurso na Faculdade Álvares Penteado. Só que eu nunca estive interessado em fazer faculdade. Inscrevi-me pressionado pela Munira. Só que no dia do exame, ela compareceu, e eu não.

Na semana seguinte a Munira chegou ao Curso, braba comigo. Mas, mais braba com a Faculdade. Antes de brigar comigo por não ter comparecido ao exame, ela desabafou:

– Afonso… Você acha mesmo que tem sentido, uma coisa dessas? Você teria respondido a essa pergunta num exame para uma faculdade? “Como eram os nomes dos três sobrinhos do Pato Donald”. Tem cabimento uma coisa dessas? O que é que tem a ver os sobrinhos do Pato Donald como um exame de faculdade? 

Pelo menos aliviou a bronca por eu não ter comparecido ao exame. Mas tudo faz sentido. O importante é que estejamos com a mente aberta para os acontecimentos. É com eles que aprendemos a viver a vida como ela deve ser vivida. Quando levamos numa boa os maus acontecimentos, eles se transformam em bons acontecimentos. São lembranças que levamos para o futuro que tanto pode ser bom quanto mau. Tudo vai depender de como dirigimos nossa mente. O que aquela examinadora viu em mim para me fazer aquela pergunta sobre a música, não sei. Nem me interessa. 

Mantenha sempre sua mente aberta como se ela fosse o paraquedas que vai salvar sua vida. Nada é mais agradável do que podermos nos lembrar de momentos que nos fizeram sorrir ou rir, no passado. Por que perder tempo com os momentos ruins que fizeram parte da nossa vida passada? O que realmente importa é o que aprendemos no passado para viver o presente. Mantenha sua mente aberta. Olhe para o futuro sem misturá-lo com o passado. Sem se esquecer de que só os momentos bons e agradáveis de hoje devem nos alegrar na lembrança, amanhã. Mesmo que você não consiga se livrar dos maus momentos de hoje, o importante é que não os leve para o futuro. Sua felicidade amanhã vai depender do seu comportamento hoje. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460