Jessé Souza

Mais do mesmo fake news 4869

Mais do mesmo ‘fake news’

As redes sociais permitem um amplo campo para as pessoas se expressarem abertamente e até mesmo se informarem sobre diversos assuntos de maneira instantânea, fora dos filtros da grande mídia. Porém, muitos têm se mostrado incautos ao caírem nas armadilhas do “fake news”, como são chamadas as notícias falsas e boatos fabricados para manipular os internautas.

Essas notícias falsas com manchetes apelativas induzem o leitor a acreditar em rumores sem se aprofundar na informação ou checar a veracidade da fonte. E mais ainda: as pessoas acabam externando seus preconceitos e seus pontos de vistas, quando encontram algo que lhes dê razão. Essa é a isca.

Os produtores do “fake news” têm predileção em elaborar links que afirmam que certa pessoa vai “deixar o Brasil” por não concordar com algo, aflorando um falso sentimento de nacionalismo exacerbado e manipulando as pessoas a engolirem uma mentira por traz da falsa informação.

Essa manipulação vem acontecendo há um certo tempo, sempre com políticos de esquerda, pessoas de movimentos sociais e, mais recentemente, com aquele cantor fabricado pela mídia e que logo será esquecido, Pabblo Vittar, um homossexual declarado. Desta vez, a manchete manipuladora diz que ele irá embora do Brasil se Jair Bolsonaro ganhar a eleição para presidente.

Embora os mais críticos possam perceber que se trata de um “fake news” para fazer uma propaganda a favor de Bolsonaro e negativa contra os homossexuais, muitos recebem a falsa notícia como uma informação verdadeira e, de quebra, faz aflorar os preconceitos que repousam nas pessoas.

Nos Estados Unidos, esse tipo de manipulação foi decisivo para a vitória do presidente Donald Trump. Havia mais de três mil perfis que pagavam publicidade para incentivar o clique nesse tipo de conteúdo falso. Tal manipulação é usada também por sites sem credibilidade que querem conseguir milhares visitas com a finalidade de ganharem dinheiro por meio de publicidade.

Diante desse novo mundo de possibilidades abertas pelas redes sociais e o avanço dos que encontram meios para manipulações, os internautas precisam estar atentos para não caírem nas armadilhas que acabam fortalecendo essa onda de conservadorismo exacerbado, que apela para o falso moralismo e a religião como ferramenta para manipular as pessoas.

Como o brasileiro já vem sofrendo com o desmantelo da educação, que prejudica sua formação e sua consciência crítica, e com a aversão à política, o que acaba favorecendo os corruptos, então ele não pode servir de instrumento para encrudescer esta realidade de incertezas.

*[email protected]: www.roraimadefato.com.br