O cinema brasileiro acaba de ganhar mais um nome de peso na cena internacional. O filme “Último Azul”, longa-metragem que une fantasia e crítica social, vem chamando atenção tanto do público quanto da crítica em festivais de cinema ao redor do mundo.
A trama nos transporta para um Brasil distópico, onde uma lei obriga todos os idosos a se mudarem para colônias habitacionais, liberando os jovens para trabalhar sem a “preocupação” com os mais velhos. Nesse cenário duro e inquietante, conhecemos Tereza, uma faxineira de 77 anos que vive na Amazônia.
Quando recebe a ordem de mudança para a colônia, ela decide não se render de imediato. Em vez disso, parte em uma viagem de barco pelos rios da região, carregando um último desejo: voar de avião antes de ser exilada.
Durante a jornada, Tereza encontra o mítico caracol baba-azul, criatura lendária que solta uma gosma capaz de revelar o futuro quando aplicada nos olhos. O encontro místico adiciona à narrativa uma camada de realismo fantástico que enriquece ainda mais a reflexão proposta pelo filme.
Mais do que uma aventura, a produção “Último Azul” é um manifesto cinematográfico sobre a autonomia da mulher idosa e a resistência contra um sistema que insiste em tratá-la como invisível. A obra discute também a exclusão social e o preconceito contra os mais velhos, ao mesmo tempo em que questiona padrões que reduzem a velhice a um “resto” de vida.
Em fevereiro deste ano, o longa ganhou o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, considerado o segundo prêmio mais importante do evento. O filme também está entre os mais comentados para ser um possível representante do Brasil para o Oscar de Melhor Filme Internacional. O elenco é formado por Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Adanilo e Miram Socorrás. Dirigido por Gabriel Mascaro.
Veja o trailer:
Confira as sessões disponíveis em Roraima:
Cine Yanomax
Avenida Ville Roy, 1544, bairro Caçari
Horário: 20h