CASO P. DIDDY

O que vai acontecer com P. Diddy após ser condenado por esquema de prostituição?

Apesar da condenação, empresário foi absolvido de acusações mais graves.

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

O julgamento do magnata do hip-hop Sean Combs, conhecido como Diddy ou Puff Daddy, chegou ao fim na última quinta-feira (3) com um veredito que divide opiniões: absolvido das acusações mais graves (conspiração e tráfico sexual), mas condenado por dois crimes de transporte para fins de prostituição. O resultado encerra dois meses de audiências que detalharam desde festas privadas com “freak-offs” até acusações de violência doméstica – incluindo um vídeo vazado em 2024 onde ele agride a ex-namorada Cassie Ventura.

Queda de um império

Antes mesmo do julgamento, as maiores consequências financeiras eram evidentes:

  • Demissão como chairman da Revolt TV (2023) e venda de sua participação;
  • 18 marcas cortaram laços com sua plataforma de e-commerce Empower Global;
  • Howard University revogou seu título honorário e Nova York retirou a chave da cidade;
  • Série de reality show na Hulu cancelada e parceria com a Diageo (donos de Johnnie Walker) encerrada.

O caso federal teve início após Cassie Ventura processá-lo em novembro de 2023 por estupro e agressões, ação resolvida em 24 horas com um acordo de US$ 20 milhões. Outras 12 ações civis seguiram-se, incluindo depoimentos de ex-funcionários que descreveram um padrão de “violência, poder e medo”, nas palavras da promotora Christy Slavik.

O que o julgamento (não) provou

A estratégia da defesa focou em desacreditar as testemunhas-chave:

  • Cassie Ventura: Acusada de buscar benefícios financeiros (“Ela está com US$ 30 milhões hoje. Ele está na cadeia”, disse o advogado Marc Agnifilo);
  • “Jane” (pseudônimo): Questionada por ainda receber ajuda financeira de Combs.

Embora a promotoria tenha detalhado as “noites selvagens” (festas com profissionais do sexo e viagens interestaduais), não conseguiu provar que Combs liderava uma organização criminosa. A ausência de mais vítimas ou cúmplices nomeados enfraqueceu a tese de tráfico.

E agora?

  • Prisão: Combs pode ser condenado a até 10 anos pelos crimes de prostituição (sentença marcada para setembro);
  • Ações civis pendentes: Mais de 10 processos aguardam julgamento;
  • Legado manchado: O termo “Diddy Party” ganhou conotação sombria, e o vídeo da agressão a Ventura permanece online.

Especialistas apontam que, mesmo com a resiliência de Combs diante de escândalos passados, sua imagem como ícone cultural está irremediavelmente alterada. Enquanto fãs discutem se o veredito foi justo, as vítimas seguem com suas histórias registradas, e o hip-hop enfrenta mais um capítulo turbulento em sua relação com abusos de poder.

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