Pouca gente sabe, mas o Dia do Afilhado, celebrado nesta quarta-feira (21), tem raízes que atravessam séculos e estão ligadas à tradição cristã. A figura do padrinho surgiu nas primeiras comunidades da Igreja, mas foi no século IV que o papel passou a ser oficialmente exigido pela Igreja Católica durante o sacramento do Batismo.
Conforme o Código de Direito Canônico do Vaticano, o padrinho (ou madrinha) é quem acompanha o batizando na fé cristã e ajuda os pais a educá-lo na vida religiosa. O costume foi consolidado ao longo da Idade Média e permanece até hoje como uma das funções mais simbólicas e afetivas do catolicismo.
Em entrevista à Folha, o vigário geral da Diocese de Roraima, padre Josimar Lobo, explica que ser padrinho é muito mais que participar de uma celebração.
“A missão do padrinho e da madrinha é colaborar na formação cristã do afilhado. Eles devem caminhar junto, ajudar a cultivar os valores da fé e ser testemunhas do Evangelho”, afirma.
Segundo o sacerdote, a presença dos padrinhos deve ser constante e significativa. “Não é apenas um título simbólico, mas um compromisso de acompanhar a vida espiritual do afilhado. É um gesto de amor e responsabilidade”, reforça.
Com o passar do tempo, o vínculo entre padrinhos e afilhados também ganhou força fora do âmbito religioso. Em muitas famílias, esse laço se estende por toda a vida, sendo motivo de homenagens, agradecimentos e reencontros marcados pelo afeto.
Apesar de não ser feriado nacional, o Dia do Afilhado tem ganhado espaço nas redes sociais e na memória afetiva dos brasileiros. É uma oportunidade para celebrar vínculos construídos pela fé, mas mantidos pelo amor.
