O Brasil possui o segundo maior mercado de perfumaria do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), cerca de 78% da população consome algum tipo de perfume. Mas escolher um perfume que traduz personalidade, estilo e rotina não é uma tarefa tão simples. Diante de milhares de opções, entender as notas olfativas, o clima e o estilo faz diferença na hora da escolha.
Como encontrar o perfume ideal?
Assim como as roupas, o perfume reflete a essência e a influência de cada pessoa e a forma como ela é percebida. “Uma fragrância leve transmite serenidade, enquanto uma mais intensa passa uma vibe de ousadia e autoconfiança, por exemplo”, explica a perfumista Lígia Simões, em entrevista à revista Marie Claire.
Dessa forma, entender a classificação das fragrâncias é um primeiro passo. Cada uma pertence a uma família olfativa, um grupo de aromas com características semelhantes. Essa divisão, reconhecida mundialmente, foi sistematizada pela Sociedade Francesa de Perfumistas (SFP), e inclui sete famílias principais: cítrica, floral, fougère, chypre, amadeirada, âmbar (ou oriental) e couro.
Perfumes cítricos trazem notas frescas e leves, como limão, laranja e bergamota, sendo ideais para climas quentes e uso diurno. Os florais, compostos por flores como rosa, jasmim, gardênia e lírio, são versáteis e agradam quem prefere aromas delicados. A família fougère, muito usada em fragrâncias masculinas, mistura lavanda, musgo de carvalho e cumarina, criando uma combinação herbácea e elegante.
Já o chypre combina cítricos, flores, musgo de carvalho e patchouli, resultando em fragrâncias sofisticadas e marcantes. Os perfumes amadeirados exploram notas quentes e secas, como cedro, sândalo e vetiver, criando profundidade e presença. A família âmbar, também conhecida como oriental, aposta em notas quentes, sensuais e exóticas, como baunilha, resina e especiarias – perfeitas para noites frias e ocasiões especiais.
Contexto e rotina fazem a diferença
Além do gosto pessoal, o perfume precisa dialogar com o contexto em que será usado. Pessoas com rotinas agitadas, que passam longos períodos fora de casa, podem preferir opções discretas, frescas e de longa duração. Já aqueles que procuram uma fragrância para encontros ou eventos noturnos costumam escolher versões mais densas e marcantes.
O clima também pode interferir nessa decisão. Em regiões quentes, por exemplo, fragrâncias da família cítrica ganham destaque, por serem refrescantes e leves. Já em temperaturas mais baixas, notas amadeiradas e âmbar se destacam, por oferecerem uma sensação de aconchego.
Além disso, ter mais de um perfume amplia as possibilidades de combinação com diferentes momentos – uma cítrica ou floral pode acompanhar compromissos diurnos e ambientes de trabalho, por exemplo.
Conhecida como layering, a prática de misturar fragrâncias tem conquistado quem busca aromas exclusivos, sendo também uma forma de criar novas combinações, mas é necessário conhecer as notas, para que os resultados sejam harmônicos.
Clássicos que servem de inspiração
Perfumes renomados ajudam a entender as preferências olfativas e a evitar escolhas precipitadas. Quem gosta de fragrâncias intensas e marcantes para usar à noite costuma buscar aromas que combinam sofisticação e sensualidade. Para este perfil, opções como o La Nuit Trésor, por exemplo, que une notas de baunilha e rosa negra, são ideais para criar uma assinatura olfativa impactante.
Observar quais perfumes icônicos mais agradam também ajuda a definir a família olfativa favorita, servindo de ponto de partida para explorar variações dentro da mesma linha.
Encontrar o perfume ideal exige atenção a detalhes, paciência para testar e disposição para conhecer novas notas e combinações. Entender estas especificidades ajuda a transformar fragrâncias em uma marca pessoal.
