Kopenawa é o eixo da narrativa, que acompanha a comunidade Watorikɨ durante um Reahu — celebração que, na tradição yanomami, articula relações entre vivos, ancestrais e espíritos. Foto: divulgação/ISA
Kopenawa é o eixo da narrativa, que acompanha a comunidade Watorikɨ durante um Reahu — celebração que, na tradição yanomami, articula relações entre vivos, ancestrais e espíritos. Foto: divulgação/ISA

O filme A Queda do Céu estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas do país, levando às telas a cosmologia yanomami apresentada no livro homônimo escrito por Davi Kopenawa em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert. No longa, codirigido por Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha, Kopenawa é o eixo da narrativa, que acompanha a comunidade Watorikɨ durante um Reahu — celebração que, na tradição yanomami, articula relações entre vivos, ancestrais e espíritos.

A produção chega ao Brasil após trajetória internacional marcada pela première na Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes, além de exibições na França, nos Estados Unidos e em mais de 80 festivais.

“É uma alegria chegar ao Brasil com A Queda do Céu e poder trazer para os próprios brasileiros as palavras desse imenso pensador yanomami. Muitos aqui ainda não conhecem a força do pensamento de Davi Kopenawa. O filme é um convite para ver, ouvir e sonhar com os Yanomami um outro projeto de Brasil”, afirmou a diretora.

O longa teve pré-estreia em Belém durante a COP, no dia 13 de novembro, e sessões para convidados em São Paulo (17/11) e no Rio de Janeiro (19/11).

O que narra a história

Com uma abordagem sensível e poética, A Queda do Céu se firma como um registro fundamental sobre a luta e a espiritualidade Yanomami (Foto: Divulgação)

Publicado em 2010, originalmente em francês, o livro A Queda do Céu: Palavras de um Xamã Yanomami reúne os relatos de Kopenawa sobre o contato com brancos desde os anos 1960, narrados ao antropólogo Bruce Albert. Organizado em três eixos: Convite, Diagnóstico e Alerta, o longa aborda os espíritos Xapiri pë, o papel dos xamãs em “segurar o céu”, os impactos das doenças trazidas pelos não indígenas, o avanço do garimpo e a expansão do “povo da mercadoria”.

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A produção é da Aruac Filmes, com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), co-produção da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Stemal Entertainment com Rai Cinema, além da produção associada de Les Films d’Ici.

📍Onde assistir

Em Boa Vista, A Queda do Céu estreia no cinema Yanomax e segue para outras capitais do país. O longa também entra em cartaz em São Paulo — no Belas Artes, no IMS e no Espaço Petrobras — e no Rio de Janeiro, no Estação Net Rio, em Botafogo.

A lista de salas inclui ainda o UNA Belas Artes, em Belo Horizonte; o IMS, em Poços de Caldas; o Cine Brasília; o Cine Glauber Rocha, em Salvador; a Fundação Joaquim Nabuco, no Recife; o Espaço Dragão do Mar, em Fortaleza; o Cine Casarão, em Manaus; o Cine Líbero Luxardo, em Belém; e o Movieland, em Macapá.