Boa Vista se une, em 7 de setembro, às capitais brasileiras para o 31º Grito dos Excluídos e Excluídas, ato nacional que há três décadas denuncia desigualdades sociais e reafirma que a vida deve estar sempre em primeiro lugar.
A concentração será às 15h30, no palco Aderval da Rocha, em frente à Praça Germano Sampaio, no bairro Pintolândia. A abertura está marcada para as 16h, com uma programação que reúne manifestações culturais, apresentações musicais, arte, espiritualidade e resistência popular.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Vozes da mobilização
Para o bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, o Grito é um gesto de esperança e de proximidade com as lutas do povo.
“Queremos ser uma Igreja próxima, que caminha com o povo e que enfrenta junto as dores e as esperanças. Em Roraima, isso significa olhar para as famílias sem moradia digna, para os povos indígenas sob ameaça e para os migrantes que aqui chegam em busca de vida nova”, afirmou.
A presidente da Cáritas Diocesana de Roraima e coordenadora da Pastoral dos Migrantes, irmã Terezinha Santin, destacou o papel do evento como espaço de denúncia e de construção coletiva.
“O Grito dá visibilidade às exclusões que marcam nosso estado: famílias sem teto, jovens sem perspectivas, comunidades indígenas e migrantes que sofrem diariamente. Mas é também um espaço de compromisso e organização popular”, ressaltou.
A religiosa também fez um apelo por apoio financeiro para viabilizar a realização do ato. As doações podem ser feitas via PIX, pela chave: [email protected].
O jovem Tallon Macuxi, do movimento RUA Juventude Anticapitalista, reforça o caráter de afirmação do Grito.
“Estar na praça é mostrar que a vida do povo tem valor e precisa ser respeitada. O Grito denuncia a injustiça e nos lembra que democracia só existe com direitos garantidos para todas, todos e ‘todes’”.
Programação e participação popular
A organização convida a população a levar instrumentos musicais, faixas, cartazes e bandeiras para fortalecer o ato. Também está à venda a camisa oficial do 31º Grito em Roraima, no valor de R$ 50, com encomendas até 29 de agosto pelo telefone (95) 99121-3448.
Histórico
Criado em 1995, o Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu como resposta às estruturas sociais que produzem miséria e violência. Passadas três décadas, a mobilização segue atual: no Brasil, o 1% mais rico concentra renda 40 vezes superior à dos 40% mais pobres, segundo dados do IBGE.
Em Roraima, a desigualdade se expressa no aumento da pobreza urbana, no crescimento das ocupações precárias, na falta de oportunidades para a juventude, nas pressões sobre terras indígenas e na chegada contínua de migrantes em busca de acolhida.
Serviço
- Evento: 31º Grito dos Excluídos
- Atividades: Ato público com manifestações culturais, música, arte, espiritualidade e resistência popular
- Data: 7 de setembro de 2025
- Horários: Concentração às 15h30 | Abertura às 16h
- Local: Palco Aderval da Rocha (em frente à Praça Germano Sampaio – bairro Pintolândia, Boa Vista)