
Um novo levantamento científico reforça o papel da vitamina D no combate à dor crônica. De acordo com uma meta-análise publicada na revista médica Pain Physician Journal, pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, concluíram que a suplementação com vitamina D pode reduzir a intensidade da dor em pessoas com condições dolorosas persistentes, como fibromialgia, artrite e dores musculoesqueléticas.
O estudo analisou 19 ensaios clínicos randomizados com mais de 3,4 mil participantes e comparou os efeitos da vitamina D (nas formas D₂ e D₃) com o placebo. Os resultados mostraram uma redução média significativa na pontuação de dor entre os que receberam a vitamina. Em números, os pacientes suplementados apresentaram uma melhora 0,57 pontos maior em uma escala de 0 a 10, o que, segundo os cientistas, representa uma diferença clinicamente relevante para quem convive com dor contínua.
Os pesquisadores observaram que os efeitos foram mais evidentes em pessoas com dor crônica diagnosticada e em tratamento hospitalar. Já entre os participantes da comunidade, o impacto foi menor, possivelmente porque alguns estudos utilizaram doses muito baixas (em torno de 400 unidades internacionais por dia) ou períodos curtos de suplementação. Ainda assim, o padrão geral apontou uma tendência de alívio da dor com o uso regular da vitamina.
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A vitamina D é conhecida por seu papel essencial na saúde óssea, na absorção de cálcio e na regulação do sistema imunológico. A deficiência do nutriente, comum em regiões com baixa exposição solar, tem sido associada a sintomas como fadiga, fraqueza muscular e dores difusas. Segundo os autores, a reposição adequada pode ajudar a reduzir processos inflamatórios e, consequentemente, atenuar o desconforto em pessoas com doenças musculoesqueléticas e inflamatórias.
Os cientistas destacam, porém, que ainda são necessários mais estudos para determinar as doses ideais, a duração do tratamento e o perfil dos pacientes que mais se beneficiam. Ainda assim, a descoberta reforça o interesse crescente sobre a relação entre a vitamina D e o controle da dor, apontando para uma alternativa simples e segura que pode complementar terapias convencionais.