AGENDA DA SEMANA

Vacinação infantil contra COVID-19: infectologista reforça importância da imunização

Especialista alerta para os riscos da desinformação

Dr. Mauro Asato para o Agenda da Semana - Foto: Folha 100.3
Dr. Mauro Asato para o Agenda da Semana - Foto: Folha 100.3

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, o infectologista Dr. Mauro Asato abordou a atual situação da COVID-19 em Roraima, com ênfase na vacinação infantil e nos desafios que ainda persistem. O médico destacou que, embora os casos graves tenham diminuído, a doença continua circulando e ainda há registros de óbitos no Brasil.

Segundo o especialista, atualmente, a influenza A (H1N1) tem sido a principal causa de infecções respiratórias no estado, mas a COVID-19 ainda circula, junto a outras doenças febris, como a malária. “Há um aumento na procura por atendimento médico, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com comorbidades, como diabetes e doenças respiratórias crônicas”, explicou.

Dr. Asato reforçou a importância da vacinação contra a COVID-19 em crianças, especialmente as mais novas, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. “O Ministério da Saúde recomenda a vacinação a partir dos seis meses de idade, mas muitos pais ainda resistem devido a desinformação ou medo de efeitos colaterais”, afirmou.

Ele destacou que, embora algumas crianças já tenham tido contato com o vírus e desenvolvido imunidade natural, isso não garante proteção contra novas variantes. “A vacina reduz o risco de casos graves, internações e complicações pós-COVID, como inflamações sistêmicas que podem afetar o coração e outros órgãos”, explicou.

O médico esclareceu que nenhuma vacina oferece 100% de proteção, mas a imunização diminui significativamente as chances de agravamento da doença. “Algumas pessoas podem não desenvolver anticorpos suficientes após a vacina, seja por fatores individuais ou problemas na conservação das doses. Mesmo assim, a vacinação em massa é essencial para reduzir a circulação do vírus”, afirmou.

Sobre os efeitos colaterais, como miocardite (inflamação no coração), ele ressaltou que são raros e que os benefícios da imunização superam os riscos. “É uma relação risco-benefício amplamente favorável, especialmente para crianças com comorbidades”.

Atualmente, o esquema vacinal completo para adultos inclui três doses, enquanto idosos acima de 65 anos devem receber cinco. “Se houver aumento nos casos, o Ministério da Saúde pode recomendar doses de reforço”, disse o infectologista.

Para gestantes, a vacinação é ainda mais crucial, pois os anticorpos maternos protegem o bebê nos primeiros meses de vida. “Mulheres grávidas não vacinadas têm maior risco de complicações graves e até mesmo de óbito”, alertou.

O médico explicou que as variantes atuais causam sintomas mais leves, como rinofaringite, sem a perda de olfato e paladar tão comum no início da pandemia. No entanto, a doença ainda pode levar a complicações tromboembólicas, como AVC e infarto, especialmente em pessoas não vacinadas.

“O vírus continua evoluindo, e a vigilância epidemiológica é fundamental para evitar novos surtos”, afirmou. Ele também mencionou outras doenças em monitoramento, como a varíola dos macacos e o H5N1, reforçando a importância da prevenção.

Dr. Asato encerrou a entrevista reforçando a necessidade de manter medidas básicas de proteção, como lavagem das mãos, uso de máscara em locais fechados e distanciamento social em casos de surto. “A vacina é uma ferramenta poderosa, mas só funciona se a população aderir. Precisamos combater a desinformação e garantir que todas as crianças e adultos completem seus esquemas vacinais”, concluiu.

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