
A vacinação contra o HPV segue em expansão no Brasil, impulsionada por campanhas educativas e pela oferta do imunizante em escolas. Mesmo assim, mitos ligados à iniciação sexual precoce e a ideia equivocada de que o vírus é um problema apenas feminino ainda dificultam a adesão.
O HPV é a principal causa do câncer de colo do útero, o que mais mata mulheres até os 36 anos, segundo o INCA. O vírus também está relacionado ao câncer de pênis, embora mais raro.
Em 2024, o país superou a média global de cobertura vacinal: 82% das meninas e 67% dos meninos de 9 a 14 anos foram imunizados. Para ampliar a proteção, o Ministério da Saúde estendeu temporariamente a oferta da vacina quadrivalente na rede pública até os 19 anos.
A infectologista pediátrica Sylvia Freire destaca que a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) inclui pessoas não vacinadas até 45 anos, mas reforça que o início da adolescência é o período de melhor resposta imunológica.
“Alguns pais acreditam que vacinar cedo incentiva a vida sexual precoce, mas ocorre o contrário: é nessa fase que a vacina protege melhor”, afirma.
Tipos de vacina contra o HPV
- Quadrivalente (rede pública): protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18.
- Nonavalente (rede privada): inclui outros cinco tipos que somam 90% dos casos de câncer de colo de útero.
A SBIm recomenda duas ou três doses, dependendo da idade e do tipo de imunizante. Para grupos vulneráveis, como pessoas vivendo com HIV e vítimas de violência sexual, o esquema pode ser ampliado. “A vacina não previne só câncer, mas também verrugas genitais”, lembra a especialista.