
Entre os peixes mais presentes na culinária da Região Norte, alguns nomes se destacam pelo sabor, pela tradição e pela forte presença na alimentação local: o tambaqui, filhote, dourado e a matrinxã. Embora cada um deles tenha características próprias, estudos mostram que todos eles são fontes importantes de nutrientes que contribuem para a saúde do coração, para a manutenção de músculos e para o equilíbrio geral do organismo.
O tambaqui, um dos peixes mais icônicos da Amazônia, chama atenção pelo teor de ácidos graxos ômega-3, conhecidos por sua ação anti-inflamatória e pela proteção cardiovascular. Suas proteínas são de alta qualidade, fáceis de digerir e essenciais para recuperação muscular.
Além disso, o tambaqui possui boas quantidades de vitaminas do complexo B, fundamentais para o metabolismo energético, e minerais como fósforo e potássio, que auxiliam na saúde óssea e no equilíbrio dos fluidos corporais. É um peixe considerado “gordo” no melhor sentido da palavra: nutritivo, saboroso e bastante completo.
Já o filhote (que, na verdade, é o peixe adulto da espécie piraíba) é valorizado pela textura firme e pela composição nutricional mais leve. Por ter menor teor de gordura que o tambaqui, mas ainda assim fornecer ômega-3, ele é uma boa opção para quem busca reduzir o consumo de calorias sem abrir mão de nutrientes importantes.
O filhote também oferece proteínas de alto valor biológico, além de selênio, um antioxidante que contribui para o bom funcionamento da tireoide e ajuda a proteger as células contra danos oxidativos. Sua versatilidade e suavidade fazem dele um dos peixes mais consumidos em preparações tradicionais da região.
O dourado, por sua vez, é conhecido pelo sabor marcante e pela carne dourada que lhe dá nome. É um peixe rico em vitamina B12, essencial para o sistema nervoso e para a formação das células sanguíneas. Também contém zinco e magnésio, minerais que participam de reações metabólicas importantes e ajudam na reparação dos tecidos. Assim como os demais peixes amazônicos, o dourado também apresenta quantidades relevantes de ômega-3, embora em proporção variável conforme a alimentação natural do animal nos rios.
O matrinxã também merece espaço entre os peixes mais valorizados da região Norte. Conhecido por sua carne macia e sabor marcante, ele se destaca pelo excelente teor de proteínas e pelo equilíbrio entre gorduras boas, incluindo ômega-3 e ômega-6, que contribuem para a saúde cardiovascular e para o controle de processos inflamatórios.
Além disso, apresenta boas quantidades de vitaminas do complexo B, importantes para a produção de energia, e minerais como fósforo e selênio, que participam da saúde óssea e da proteção celular.
Saiba como preparar cada tipo de peixe
Na cozinha, cada um desses peixes ganha vida de um jeito diferente e suas características tornam os preparos ainda mais interessantes. O tambaqui, com sua gordura natural, fica especialmente saboroso assado na brasa, em caldeiradas ricas ou em moquecas amazônicas que realçam seu aroma. A matrinxã é versátil: pode ser assada na brasa, grelhada ou preparada recheada, mantendo sua textura suculenta e aroma característico.
O filhote, mais suave, combina bem com grelhados, cozidos leves, tucupi e até preparos defumados, mantendo textura firme mesmo em cozimento prolongado. Já o dourado é perfeito para fritadas sequinhas, assados simples com ervas, ensopados com jambu ou até grelhado com limão e pimenta-do-reino, que destacam seu sabor forte e característico.
Com perfis nutricionais distintos, mas igualmente valiosos, tambaqui, matrinxã, filhote e dourado representam muito mais que tradição culinária: são alimentos versáteis, densos em nutrientes e aliados importantes de uma alimentação equilibrada. Em uma região onde o peixe faz parte da identidade cultural, entender suas diferenças e benefícios reforça o valor da culinária amazônica e mostra como ingredientes locais podem ser grandes aliados da saúde.