(Créditos: iStock/ svetikd)
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A tendência da “skinification” do cabelo ganhou força em 2024 e se consolidou em 2025 como uma mudança no comportamento de consumo de beleza. No lugar de rotinas centradas apenas em limpeza, cresce a busca por tratamentos que unem ciência, ingredientes de alta performance e rituais semelhantes aos do skincare, agora aplicados ao couro cabeludo, ao comprimento e às pontas.

A expansão do mercado de produtos profissionais para uso doméstico e a popularização de ativos antes exclusivos a salões ajudam a impulsionar esse movimento, que reflete um consumidor mais informado e exigente.

O que é a “skinification” e como mudou o cuidado capilar?

O termo “skinification” descreve a transferência da lógica do skincare para o haircare: em vez de apenas lavar os cabelos, o consumidor passa a tratar o couro cabeludo e os fios com regularidade, atenção e produtos direcionados para necessidades específicas.

A tricologista Viviane Coutinho, em reportagem do blog Marie Cl[1] [2] aire, explica que a tendência envolve protocolos completos, usando ativos potentes e métodos que cuidam da saúde integral dos fios, contemplando couro cabeludo, fibra e ponta.

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“O cuidado capilar em 360 graus exige mais que lavagem ocasional, envolve esfoliação, hidratação e tratamentos direcionados, inclusive para o couro cabeludo. Essa mudança representa uma evolução no entendimento do cabelo como estrutura viva, que responde a ingredientes, estímulos e rotinas contínuas”, diz Viviane.

Máscaras de alta concentração, séruns capilares e tônicos para o couro cabeludo são produtos que estão sendo implementados no dia a dia, e a definição de resultados passa a incluir critérios como retenção de umidade, resistência da fibra e prevenção de quebra.

A ciência por trás dos novos tratamentos caseiros

Essa virada não se explica apenas por tendências estéticas; há avanço tecnológico e mudança de mercado. O setor profissional está migrando para dentro das casas, com marcas investindo em pesquisa, laboratórios e ativos antes usados apenas nos salões.

Esse movimento democratiza o acesso a produtos sofisticados, mas também aumenta a demanda por informação qualificada. Hoje, os consumidores buscam entender quais ingredientes funcionam para suas necessidades.

Entre os ativos mais comuns na “skinification” do cabelo, estão:

  • Ácido hialurônico: retenção de água e reposição de hidratação.
  • Niacinamida: equilíbrio do couro cabeludo e fortalecimento da barreira cutânea.
  • Vitamina C: proteção antioxidante e melhora da aparência do fio.
  • Peptídeos: estímulo à força e à resistência estrutural.
  • Ceramidas: reconstrução da barreira lipídica e proteção contra danos.
  • Esfoliantes suaves (PHA, partículas vegetais): remoção de resíduos sem agredir o couro cabeludo.

A ideia é clara: cada produto deve cumprir uma função objetiva, assim como no skincare, ao hidratar, fortalecer, reparar e equilibrar.

Consumidor busca soluções para queixas específicas

Com mais acesso à informação, o consumidor deixou de procurar apenas produtos gerais e passou a buscar respostas especializadas. Entre as queixas mais comuns, estão a oleosidade, a sensibilidade do couro cabeludo, a quebra, o afinamento das pontas, o ressecamento e a dificuldade de crescimento saudável.

Assim, rotinas padronizadas perdem espaço para combinações individuais de tônicos, máscaras e finalizadores. A demanda também impulsiona o desenvolvimento de linhas direcionadas a problemas técnicos, como retenção de comprimento ou densidade das pontas.

A tendência de tratamentos sob medida é observada em queixas como a dificuldade de manter o comprimento sem perder a densidade, um desafio que linhas com foco profissional, como a Pro Longer L’Oréal, por exemplo, buscam endereçar com tecnologias patenteadas.

O movimento da “skinification” mostra uma mudança de mentalidade: as pessoas querem participar ativamente da saúde do cabelo, e não apenas reagir aos danos. Assim, a expansão dos produtos profissionais para o uso doméstico e a popularização de ingredientes de alta performance reforçam esse caminho.

Se antes a rotina se limitava ao básico, agora ela se torna estratégica, ajustada a problemas específicos e sustentada por informação. É uma tendência que deve continuar crescendo à medida que o consumidor se torna mais crítico e mais atento à própria experiência.