
A Secretaria de Saúde alterou o fluxo da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para reorganizar os atendimentos e reduzir a superlotação nas unidades especializadas. A mudança corrige encaminhamentos considerados indevidos, que vinham enviando casos leves e moderados diretamente ao Caps III e à Policlínica Coronel Mota – função que deveria ser das Unidades Básicas de Saúde.
Esse desvio, segundo a Sesau, comprometeu o acompanhamento de pacientes graves, que são o público prioritário da rede especializada. A diretora do Caps III, Walqueline Costa, explica que quadros leves permitem que o paciente mantenha suas atividades diárias, enquanto transtornos graves afetam rotina, família e trabalho, exigindo cuidado mais complexo.
Com o novo fluxo, pacientes que ainda estão no Coronel Mota passarão por avaliações progressivas. Cada histórico será revisado durante as consultas para definir se o acompanhamento retorna à Atenção Básica ou segue para o Caps. A diretora-geral da unidade, Mayara Bianca Carneiro, reforça que todos devem comparecer normalmente às agendas já marcadas.
A Sesau afirma que a sobrecarga começou em 2011, quando os municípios ainda não tinham estrutura para absorver a demanda. Com o reforço das equipes municipais a partir de 2019, a rede estadual diz ter condições de retomar o modelo previsto na política nacional de saúde mental, priorizando casos de maior complexidade.
Pelo funcionamento correto da RAPS, a entrada deve ocorrer pelas UBSs, responsáveis por atender quadros leves e moderados – incluindo acompanhamento psicológico e renovação de receitas. Situações graves seguem para o Caps III, Coronel Mota ou para o Caps AD III, que atende pessoas com dependência de álcool e outras drogas.
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No Caps III, o atendimento é definido por um Projeto Terapêutico Singular construído com o paciente e atualizado conforme a evolução do caso. A unidade também orienta as equipes das UBSs quando há dúvida sobre a gravidade.
Emergências psiquiátricas, como surtos, tentativas de suicídio ou crises de abstinência, continuam sendo atendidas no Hospital Geral de Roraima, que mantém psiquiatria 24 horas.