Quando se fala em sinais de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC), a imagem mais comum é a de uma dor intensa no peito ou uma paralisia repentina. Mas entre as mulheres, os sintomas podem surgir de forma diferente e muitas vezes discreta, silenciosa ou até confundida com cansaço do dia a dia. Essa apresentação atípica é uma das razões pelas quais o diagnóstico costuma chegar tarde demais, dificultando o tratamento e aumentando os riscos.
Estudos internacionais reforçam que doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre mulheres no mundo, superando até o câncer. No entanto, os sintomas nem sempre seguem o “padrão clássico” apresentado em homens. Em vez da dor aguda no peito, é comum que mulheres sintam fraqueza repentina, fadiga extrema, tontura, náuseas, dor nas costas, ombros ou mandíbula, sintomas facilmente ignorados ou atribuídos a estresse e rotina pesada.
Um alerta importante: suor excessivo sem explicação, sensação de falta de ar mesmo em repouso, e episódios de confusão mental ou dificuldade para falar também podem indicar sinais precoces de um AVC ou infarto. Esses quadros exigem atenção médica imediata, especialmente se virem acompanhados de mal-estar geral e desconforto persistente.
A diferença na apresentação dos sintomas está relacionada a fatores hormonais, genéticos e estruturais. Além disso, questões sociais e culturais também interferem: muitas mulheres demoram a procurar ajuda por priorizarem a família ou por subestimarem seus próprios sintomas, o que agrava ainda mais o risco.
Por isso, a orientação dos especialistas é clara: conhecer seu corpo e não ignorar sinais incomuns é uma forma de autocuidado essencial. Manter os exames em dia, controlar pressão arterial, glicemia e colesterol, além de adotar um estilo de vida com alimentação equilibrada, exercícios físicos e descanso adequado, são medidas preventivas que fazem a diferença.
Outro ponto fundamental é buscar apoio médico sem medo ou vergonha. Muitas vidas podem ser salvas com um simples exame de rotina ou com o atendimento precoce em um pronto-socorro. Afinal, o tempo é um fator determinante para preservar o coração e o cérebro.