Saúde e Bem-estar

Quase 4 mil yanomami já foram atendidos na crise sanitária

Maioria dos atendimentos foram feitos nos polos base. Mais 12 profissionais da Força Nacional do SUS chegaram a Boa Vista para reforçar o combate à crise humanitária

Os profissionais que atuam durante o estado de emergência do povo Yanomami já realizaram mais de 3,9 mil atendimentos a indígenas, segundo o último informe diário do Centro de Operações de Emergência (COE), do Ministério da Saúde. A pasta também informou a chegada de mais 12 profissionais da Força Nacional do SUS (Sistema Único de Saúde) a Boa Vista, para reforçar as ações de combate à crise humanitária.

A maioria dos atendimentos foram feitos nos polos base (1.433), seguidos pelo hospital de campanha da Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena) (1.268), Hospital da Criança Santo Antônio (1.179) e o HGR (Hospital Geral de Roraima) (84).

Os yanomami também recebem suporte da própria Casai, que já atendeu 371 indígenas -139 já receberam alta. Nestes atendimentos, os médicos identificaram 46 casos de desnutrição, 36 de pneumonia, 23 casos de diarreia aguda e 22 de malária.

Maioria das crianças yanomami já ganharam peso

Levantamento do COE aponta que 78% das crianças que apresentavam desnutrição grave tiveram ganho de peso com o acompanhamento de alimentação assistida e suplementação. O tratamento deve ser estendido a mais crianças.

Os gestores também produziram um plano de contingência, elaborado pela vigilância, para prever cenários possíveis a curto, médio e longo prazo. O documento deve ser divulgado nesta semana, com a avaliação das estruturas de atendimento disponíveis na Terra Indígena Yanomami, na Casai e nos hospitais e unidades de saúde de Boa Vista.

A Casai também será usada para a coleta de dados e análise dos danos causados pelo mercúrio. Para isso, uma equipe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) se reuniu com lideranças Yanomamis para seguir o protocolo de consulta indígena e explicar as ações dos grupos.

Os pesquisadores coletarão, na primeira etapa, amostras de cabelo e sangue de crianças, gestantes e idosos internados na Casai. Em um segundo momento, os especialistas visitarão o território yanomami e coletarão amostras dos indígenas das aldeias e também dos peixes nos rios. Os dados serão apresentados para o Ministério da Saúde e guiará a tomada de estratégias que garantam a saúde dos indígenas.