Após denúncias envolvendo a demora em consultas e atendimento dentro do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), a Prefeitura de Boa Vista informou que estuda como agilizar os atendimentos na unidade hospitalar (leia a nota completa ao final da reportagem).
“Mesmo diante dos desafios, [a gestão municipal] segue comprometida em buscar soluções para melhorar o atendimento e assegurar um serviço de saúde de qualidade às crianças”, afirmou, em nota corrigida e enviada às 16h42, após a publicação da reportagem. Em texto enviado à Folha às 11h51, a Prefeitura havia dito que planejava realizar um novo seletivo para o hospital.
Reportagem de sábado (15) mostrou que mães de crianças que dependem de atendimento no hospital infantil relataram demora na marcação de consultas com especialistas e a falta de medicamentos essenciais na unidade. Segundo elas, crianças com transtornos neurológicos e psiquiátricos aguardam há meses por atendimento, enquanto remédios como ácido valpróico e risperidona estão indisponíveis.
Outros casos também foram apurados, como a falta de retorno ao consultório médico para ajustes na medicação de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Caso referente a Belkis Nohemi Sanchez, mãe de duas crianças autistas.
Ela relata a falta de atendimento dos filhos com psicólogos e psiquiatras. Rhys David Ferreira Sanchez, de 9 anos, deveria ter passado por consulta de retorno com o psiquiatra em novembro de 2024, mas até o momento não foi chamado, juntamente com seu irmão Idris Felipe Ferreira, de 5 anos, também sem retorno.
Outra mãe, Eliannys López, denuncia o hospital por falta de agendamento do filho com neurologista. Ela conta que o filho, Richard David, é cardiopata e epilético, e segue em lista de espera.
Nota completa da Prefeitura
“A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informa que os agendamentos de consultas e retornos com especialistas no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) seguem sendo efetuados normalmente. Porém, sendo a única unidade referência em alta complexidade de saúde infantil do Estado, atendendo todos os municípios e países vizinhos, a crescente demanda pode influenciar nos atendimentos.
Mesmo com todas as contratações de profissionais por meio de seletivos, concursos vigentes e programas do Governo Federal, a demanda segue alta, e o corpo clínico do hospital se dedica para acompanhar bem todos os pacientes, respeitando suas necessidades, buscando sempre melhorias em suas condições de saúde.
A gestão já está estudando como irá agilizar os atendimentos na unidade hospitalar. Mesmo diante dos desafios, segue comprometida em buscar soluções para melhorar o atendimento e assegurar um serviço de saúde de qualidade às crianças.”
