Posto de saúde indígena tem única pia para manusear remédios, comidas e sangue

Profissionais da Saúde e pacientes do polo base improvisado da comunidade indígena Laje, na Terra Indígena Tabalascada, em Cantá, Norte de Roraima, estão sob risco de contaminação. Precário, o espaço atende aproximadamente 250 pessoas.

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O Siemesp-RR (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviço de Saúde) foi quem revelou o caso, com base em um relatório de agentes de combate a endemias e equipes de saúde da comunidade.

A presidente do sindicato, Joana Gouveia, disse que existe uma decisão judicial que obriga o Ministério da Saúde a melhorar as condições de trabalho dos profissionais da saúde indígena, a exemplo de quem atua na comunidade Laje.

“Essa decisão obriga construções dos postos de saúde, casas de apoio, reforma de unidades. E não é só esse polo base que está assim. Tem o da comunidade Canauanim, perto de Laje, o da Tabalascada – que parece já estar em construção”, destacou ela, que aguarda reunião com a nova coordenadora do Dsei Leste (Distrito Sanitário Especial Indígena), Lindinalva Marques.

Problemas

De acordo com o sindicato, a unidade está repleta de cupins e infiltrações. Além disso, a única pia cuida das medicações e prepara a alimentação da equipe já foi usada até para manusear lâminas com sangue.

O prédio, onde já funciona uma escola, tem apenas dois cômodos, sala e cozinha. Em dias de chuva, o atendimento piora por causa de telhas quebradas. Há, ainda, risco de choques elétricos por causa de fiações elétricas expostas.

Segundo o Siemesp-RR, o único banheiro do posto corre o risco de desabar. O piso está cheio de rachaduras, enquanto o vaso sanitário está sem condições de uso.

Ademais, o sindicato enfatiza que a existência de uma cozinha improvisada que, sem refrigeração adequada, pode deixar alimentos impróprios para o consumo.

Para dormirem, os profissionais se dividem entre um barracão de palha e uma casa de madeira, também repleta de cupins.

O que diz a coordenadora do Dsei

À Folha BV, Lindinalva Marques disse estar ciente do caso e o classificou como “extremamente preocupante”. Assim, ela garantiu que trabalhará pela saúde e segurança de profissionais e pacientes.

A coordenadora do Dsei Leste adiantou providências imediatas como:

• Avaliação técnica do polo base de Laje – realizada nessa quarta-feira (18);
• Plano de ação para abordar as questões de infraestrutura, higiene e segurança; e
• Busca por recursos financeiros e humanos para implementar as melhorias necessárias.

“Estamos fazendo relatórios da situacionais de cada região para melhorias, assumimos  uma gestão caótica, onde nada estava funcionando”, disse Lindinalva, empossada há 15 dias no cargo.