
A pupunha, fruta de cor viva e presente nas mesas de café da manhã dos roraimenses, vem ganhando espaço também no interesse de nutricionistas e pesquisadores. Além de saborosa, ela reúne nutrientes importantes para a saúde cardiovascular e um tipo de óleo que tem despertado atenção por seu potencial de ajudar no controle do colesterol.
Estudos mostram que o óleo extraído da polpa da pupunha tem predominância de gorduras consideradas “boas”, especialmente as monoinsaturadas, as mesmas que fazem do azeite um aliado do coração. Pesquisas recentes indicam que esse perfil pode contribuir para equilibrar os níveis de gordura no sangue quando o consumo faz parte de uma alimentação variada e moderada.
A própria polpa da pupunha também se destaca. Rica em fibras e carotenoides, compostos naturais que dão a cor alaranjada e atuam como antioxidantes, ela ajuda na saúde intestinal, favorece a saciedade e ainda oferece vitamina A, importante para visão, pele e imunidade. Pesquisas brasileiras mostram que as variedades mais avermelhadas ou alaranjadas da fruta costumam ter concentrações ainda maiores desses nutrientes, o que reforça o valor nutricional do fruto no dia a dia.
Quando comparado a outros óleos vegetais, o óleo de pupunha também apresenta um equilíbrio interessante: apesar de conter alguma quantidade de gordura saturada, tem predominância de gorduras benéficas e compostos antioxidantes que tornam seu uso culinário mais promissor. Especialistas lembram que todo óleo deve ser consumido com moderação, mas substituições inteligentes, trocando gorduras mais pesadas por óleos ricos em monoinsaturados, podem trazer benefícios reais para a saúde do coração.
Na cozinha, a pupunha é versátil. A polpa cozida é um clássico da região Norte e combina com sal, manteiga, café ou acompanhando refeições. Também pode aparecer em purês, saladas mornas e até sobremesas simples. Já o óleo, usado com cuidado, entra bem em refogados, molhos e preparações leves, adicionando um toque regional.
Em algumas comunidades, também se utiliza o óleo extraído do caroço, conhecido como palmiste, mas seu uso é diferente e deve ser orientado pela composição de cada variedade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O cultivo da pupunha é outro ponto positivo. A palmeira cresce bem em sistemas agroflorestais, ajudando a manter áreas produtivas sem desmatamento. Plantada em consórcio com outras espécies, ela produz cachos ao longo do ano, dependendo da variedade. O manejo envolve adubação orgânica, atenção ao ponto de colheita e aproveitamento integral do fruto, o que aumenta a renda das famílias produtoras e reduz desperdícios.
Com sabor, tradição e potencial nutritivo, a pupunha se afirma como um alimento que vale a pena estar mais presente no prato. Além de fortalecer a cultura alimentar amazônica, ela pode contribuir para dietas mais equilibradas, oferecendo energia, fibras, antioxidantes e um óleo com perfil favorável à saúde cardiovascular.