Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB),desenvolveram uma tecnologia que oferece uma alternativa rápida, sustentável e precisa para identificar metanol e outras fraudes em bebidas alcoólicas.
Baseada em Espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR) e Infravermelho Médio (MIR) e modelagem quimiométrica, a solução dispensa reagentes, reduz custos e entrega resultados em minutos, alcançando até 97,3% de precisão na detecção de adulterações, alta confiabilidade na medição do teor alcoólico (erro ~1,8% v/v), além de rastreabilidade de origem com 100% de especificidade (NIR) e 98,4% de eficiência (MIR). O resultado é um controle de qualidade revolucionado e apresenta mais segurança, conformidade regulatória e confiança para produtores e consumidores de cachaça e outras bebidas.
A solução emprega dispositivos capazes de identificar adulterações em poucos segundos, prontos para uso em campo, na indústria e em ações de fiscalização.
O estudo vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos, a partir da aprovação, no Edital 006/2020 – PDCTR-PB 2020 (MCTI/CNPq/Fapesq-PB), 2ª Rodada, dos projetos “Transferência de Tecnologias Portáteis de Baixo Custo para Identificação da Origem Geográfica em Alimentos e Bebidas Paraibanas” e “Desenvolvimento de Automação e Instrumentação Analítica Empregando Visão de Máquina para o Controle de Qualidade e do Processo de Produção da Cachaça Paraibana”.
Próximos Passos da Pesquisa
Agora, os pesquisadores estão finalizando instrumentos portáteis de baixo custo baseados em Espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR) e imagens digitais para uso em linha de produção. O grupo expandiu a pesquisa para tecnologias capazes de diferenciar e quantificar múltiplos adulterantes e formas de alteração (da adição de substâncias ilícitas à substituição por insumos mais baratos), e avançou para uma nova fase com sistemas sensoriais híbridos, narizes e línguas eletrônicas, em desenvolvimento no Laboratório de Instrumentação Industrial da UEPB (LINS-UEPB), sob a coordenação de Railson Ramos, em colaboração com a Universidad Nacional del Sur (Argentina).
A pesquisa é coordenada pelo professor doutor David Douglas, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pesquisador de desenvolvimento técnico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fapesq, em colaboração com os professores doutores Railson de Oliveira Ramos e Germano Veras (PPGQ-UEPB), Felix Brito (PPGCA-UEPB) e com a participação das professoras doutoras Taliana Kênia A. Bezerra (UFPB), Noemi Nagata (UTFPR) e Tatiane Luiza Cadorin Oldoni (UFPR).