
Um estudo recente publicado na revista Obstetrics & Gynecology destacou o potencial do elinzanetant, medicamento não hormonal desenvolvido pela farmacêutica Bayer, para tratar os fogachos — sintomas comuns da menopausa, como ondas de calor repentinas, sudorese noturna e palpitações. A droga, que está na fase 3 de testes clínicos (última etapa antes de possível aprovação), bloqueia os receptores de neurocinina-1 e neurocinina-3 (NK1 e NK3), vias ligadas ao controle da temperatura corporal.
A análise comparou o elinzanetant ao fezolinetant, medicamento aprovado em 2023 pela FDA (agência regulatória dos EUA), que também age nos receptores de neurocinina, mas com foco no NK3.
Os dados de sete ensaios clínicos, envolvendo 4.087 mulheres, mostraram que o elinzanetant, na dose de 120 mg, reduziu em média 2,99 episódios diários de fogachos, superando o fezolinetant (2,54 episódios com 45 mg e 2,16 com 30 mg). Na severidade dos sintomas, o novo medicamento também se destacou, com queda de 0,36 pontos em escala específica, contra 0,24 e 0,20 do concorrente.
Além disso, o elinzanetant elevou em 4,65 pontos a qualidade do sono, medida pela escala PROMIS-SD-SF, indicando impacto positivo no bem-estar geral. No entanto, os benefícios vieram acompanhados de efeitos adversos mais frequentes, como dores de cabeça e reações relacionadas ao uso.
Elinzanetant: Uma Nova Esperança no Tratamento da Menopausa?
O elinzanetant integra o programa global OASIS, que avalia sua segurança e eficácia para submissão a agências como FDA e EMA (Europa). Se aprovado, poderá ser uma alternativa à terapia hormonal, opção evitada por mulheres com contraindicações ou receio de riscos associados. Especialistas ressaltam, porém, a necessidade de mais análises sobre o equilíbrio entre benefícios e efeitos colaterais antes que o medicamento chegue ao mercado.