Sentir um incômodo na região do estômago é algo relativamente comum, muitas vezes relacionado à alimentação, ao estresse ou até mesmo a hábitos do dia a dia. No entanto, quando a dor se torna frequente e persiste por semanas ou meses, pode ser um sinal de alerta. Nessas situações, não se trata apenas de desconforto passageiro: a causa pode estar associada a gastrite, refluxo ou úlcera, mas também a problemas mais graves, como alterações no pâncreas, na vesícula biliar ou até câncer.
Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), alguns sintomas como mal estar, azia, dor na parte superior do abdômen, sensação de estufamento, perda de apetite, náusea, vômito e até presença de sangue nas fezes ou no vômito podem ser um sinal de gastrite, que é uma inflamação que ocorre na mucosa do estômago. Porém, muitos pacientes tendem a ignorar a situação.
Os médicos reforçam que é fundamental prestar atenção aos sinais que acompanham a dor. Quando surgem sintomas como dor súbita e intensa, febre alta, sangue nas fezes ou no vômito, fezes muito escuras, abdômen inchado e dolorido, perda de peso sem explicação, pele e olhos amarelados, tontura, desmaios ou falta de ar, a orientação é buscar atendimento de urgência. Esses sinais indicam que o quadro pode ser grave e precisa de investigação imediata.
Mesmo na ausência de sintomas de emergência, a consulta médica deve ser marcada caso a dor persista por vários dias ou venha acompanhada de perda de apetite, náuseas frequentes ou sensação de estômago sempre cheio. Alterações nos hábitos intestinais, como diarreia ou constipação recorrentes, também merecem investigação. Muitas vezes esses sinais podem parecer simples, mas se repetem e se associam a outros sintomas, indicam que algo não vai bem.
O diagnóstico correto geralmente exige exames complementares. Entre os mais comuns estão a endoscopia digestiva alta, que permite visualizar o interior do estômago e identificar inflamações ou lesões, testes laboratoriais para detectar a presença da bactéria Helicobacter pylori e exames de imagem, como a ultrassonografia, que ajudam a avaliar órgãos como a vesícula, o fígado e o pâncreas.
Embora nem toda dor no estômago seja motivo de preocupação, ignorar sinais persistentes pode trazer riscos. O mais importante é não se automedicar com antiácidos ou analgésicos, pois esses medicamentos podem apenas mascarar o problema e atrasar o diagnóstico. Procurar um profissional de saúde no momento certo faz toda a diferença, tanto para prevenir complicações quanto para garantir um tratamento eficaz.