Mesa farta de Natal (Foto: Reprodução)
Mesa farta de Natal (Foto: Reprodução)

Quando chega o fim do ano, as mesas se enchem de delícias típicas: carnes, embutidos, frituras, farofas, doces, sobremesas e muito mais. Mas esse banquete generoso pode trazer consequências para o corpo, principalmente para o sistema digestivo, se não houver moderação.

Médicos e nutricionistas alertam que o consumo exagerado de gorduras, sal e açúcar, aliado a porções fartos, é um dos maiores responsáveis por desconfortos como indigestão, azia, inchaço, refluxo e sensação de “estômago pesado”. 

A explicação começa no próprio funcionamento do sistema digestivo. Quando ingerimos grandes quantidades de alimentos gordurosos ou muito salgados, o organismo demora mais para digeri-los. Isso porque a gordura exige maior produção de enzimas e sucos digestivos, o que sobrecarrega o estômago e o intestino. Se, além disso, há excesso de sal ou açúcar, o corpo pode reter mais líquidos, provocar alteração no trânsito intestinal e gerar desconfortos como gases e sensação de peso. 

Um dos fatores que agravam o problema é a combinação de gordura e sal, muito comum nas receitas festivas. Um estudo publicado em um jornal internacional mostrou que refeições com teor elevado de gordura e sal levam à ingestão passiva de mais calorias, já que o sal pode neutralizar os sinais de saciedade que a gordura normalmente provocaria, incentivando o consumo exagerado. Isso explica por que após uma ceia muito rica é comum sentir sono, peso no corpo, desconforto abdominal ou até refluxo.

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Outro problema frequente é o abuso de açúcares em sobremesas, doces e bebidas, componentes típicos dessa época do ano. O açúcar, além de adicionar calorias extras, pode acelerar o pico de glicose no sangue e contribuir para sensação de fadiga depois do “boom” inicial de energia, além de favorecer distúrbios como azia e problemas digestivos, especialmente em pessoas sensíveis. E não é apenas uma questão de “uma refeição pesada”: o que prejudica é a combinação de muitos excessos, gordura, sal e açúcar, com ingestão elevada e baixa hidratação. 

Mas a boa notícia é que dá para aproveitar a ceia com sabor e alegria sem abrir mão do conforto do corpo. Segundo especialistas, o caminho é simples: moderação, escolhas conscientes e atenção aos sinais do corpo. Reduzir a quantidade de gordura na preparação, evitar frituras, preferir carnes magras, incluir vegetais frescos e fibras, equilibrar com frutas e manter a hidratação são medidas que ajudam a digerir melhor as refeições. 

Outra estratégia eficaz é fracionar a ceia: em vez de consumir tudo de uma só vez, servir porções menores, intercaladas com saladas, legumes e água, ajuda o sistema digestivo a processar a comida sem sobrecarga. Evitar exageros nas bebidas alcoólicas, refrigerantes e doces muito açucarados também contribui para reduzir o risco de refluxo, azia e desconforto. 

Para quem tem problemas como refluxo, gastrite ou sensibilidade digestiva, vale priorizar alimentos mais leves, saladas frescas, frutas, carnes magras e preparações assadas ou cozidas, e deixar frituras, molhos pesados e sobremesas muito calóricas para momentos especiais, em pequenas porções.

Em resumo: as festas de fim de ano não precisam ser sinônimo de “despesa” com a saúde. Com escolhas conscientes, bom senso e equilíbrio, é possível manter a tradição, celebrar com quem amamos e ainda cuidar do corpo. Afinal, o que deve sobrar da ceia não é o desconforto e sim as boas lembranças e a certeza de que saúde e sabor podem caminhar juntos.