Saúde e Bem-estar

Morte de jovem obeso em São Paulo expõe despreparo da saúde pública 

Em Roraima, a Secretaria Estadual de Saúde informou que tem estrutura para atender quaisquer pacientes

Um caso de negligência médica revoltou a população brasileira nesta sexta-feira,6. O jovem Vitor Augusto Marcos, de 25 anos, sofreu três paradas cardíacas depois de aguardar, por mais de três horas dentro da ambulância, uma maca para pessoas obesas, em um hospital estadual de São Paulo. 

O jovem sofria de obesidade e começou a passar mal pela manhã dessa quinta-feira,5. De acordo com a mãe, ele chegou a ser atendido numa UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mas foi encaminhado para outro hospital onde, segundo ela, informaram que não tinha suporte para atender pessoas obesas. Além disso, a família também informou que  ele passou por outras duas unidades de saúde e em ambas teve o atendimento negado.

No senado, o projeto de lei  n° 3526, apresentado pelo senador Romário (Podemos-RJ), tramita desde 2020. Pelo texto, os hospitais deverão disponibilizar infraestrutura, mobiliário, vestimentas e demais produtos de uso pessoal, equipamentos médico-assistenciais, entre outros dispositivos médicos, adequados para a assistência à saúde dos indivíduos obesos, assegurando assim melhores condições para atender suas necessidades.

O senador explica na justificativa do projeto que “os serviços de saúde, públicos e privados devem estar preparados para atender a todos de forma igualitária, sem discriminações”, já que a obesidade é considerada um problema de saúde pública. 

Em Roraima, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) foi procurada pela Folha, e informou que o Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento está apto a atender pacientes, independente do grau de obesidade.

A Sesau informou ainda que a unidade possui macas e leitos apropriados para esse tipo de caso, além de itens que facilitam a locomoção do paciente, como guindaste e cadeira de rodas. 

“O HGR não deixa de atender a nenhum paciente, uma vez que a unidade adota em sua emergência o chamado vaga zero, estando inserido no Protocolo de Manchester, método de triagem utilizado no setor de saúde, desenvolvido com o objetivo de classificar a prioridade de atendimento dos pacientes, onde o paciente com Classificação Vermelha, como no caso citado, tem atendimento imediato”, finalizou a secretaria por meio de nota.