Saúde e Bem-estar

Menos açúcar, mais dúvidas: especialistas ponderam efeitos do refrigerante zero na saúde

Relação entre refrigerantes sem açúcar e saúde ainda divide opiniões

Refrigerante zero virou alternativa para muitos (Foto: Divulgação)
Refrigerante zero virou alternativa para muitos (Foto: Divulgação)

O rótulo “zero açúcar” costuma vir carregado de promessas: menos calorias, menos culpa e a sensação de uma escolha mais saudável. Mas a relação entre refrigerantes sem açúcar e saúde ainda divide opiniões. Especialistas afirmam que, apesar de úteis em alguns contextos, essas bebidas não podem ser vistas como solução definitiva.

Para quem não consegue abandonar de imediato o refrigerante tradicional, as versões zero podem representar um passo intermediário. Em alguns casos, a troca ajuda a cortar calorias e a controlar picos de glicemia, sendo útil em processos de reeducação alimentar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também reconhece que adoçantes podem auxiliar na redução de peso a curto prazo, desde que o objetivo seja migrar gradualmente para opções naturais, como água e sucos sem adição de açúcar.

O cenário muda quando o consumo é frequente. Apesar da ausência de açúcar, refrigerantes zero carregam adoçantes artificiais e outros aditivos que, se ingeridos em excesso, podem trazer riscos. Um estudo publicado no British Medical Journal (2022) apontou associação entre o consumo elevado de adoçantes e o aumento de alterações metabólicas e cardiovasculares. 

Outro levantamento da Harvard T.H. Chan School of Public Health sugeriu que o hábito pode desequilibrar a microbiota intestinal, alterar o processamento de energia e aumentar a resistência à insulina. Entre os efeitos mais discutidos estão também a maior preferência por sabores doces, possíveis impactos em neurotransmissores ligados ao humor e, quando há cafeína, risco de pressão alta, ansiedade e distúrbios do sono.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) recomenda moderação e lembra que, mesmo como alternativa ao refrigerante comum, a versão zero não deve ser consumida indiscriminadamente.

Para especialistas, a busca por saúde duradoura não se resolve na troca de rótulos, mas na construção de uma dieta variada, rica em alimentos in natura e na redução gradual de bebidas artificiais. Quando a meta é o bem-estar de longo prazo, menos refrigerante e mais comida de verdade ainda são a escolha mais segura.

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