Correr longas distâncias é, sem dúvida, uma prática que fortalece o corpo e a mente. A corrida está associada à melhora da capacidade cardiovascular, controle do estresse, fortalecimento muscular e até à redução de riscos de várias doenças. No entanto, novas pesquisas levantam um alerta importante: maratonistas e ultramaratonistas podem apresentar maior risco de desenvolver alterações no cólon que podem evoluir para o câncer colorretal.
Segundo o portal Best Life, a pesquisa foi conduzida por Timothy Cannon, oncologista do Inova Schar Cancer Institute, em Fairfax, Virgínia. O estudo apresentado em uma conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica analisou 100 corredores de longa distância, com idades entre 35 e 50 anos, que haviam completado ao menos duas ultramaratonas ou cinco maratonas registradas.
Os resultados chamaram a atenção: 39% dos participantes apresentaram pólipos durante a colonoscopia e 15% tinham adenomas avançados, que são lesões pré-cancerígenas. Para comparação, entre adultos norte-americanos da mesma faixa etária, a taxa média de adenomas avançados varia entre 4,5% e 6%.
Embora os cientistas ressaltem que a pesquisa ainda é pequena e não prova uma relação direta de causa e efeito, os dados sugerem que o esforço físico extremo pode influenciar a saúde intestinal de maneiras ainda pouco compreendidas.
Uma das hipóteses é que sintomas comuns em corredores de longa distância, como diarreia e sangramentos intestinais ocasionais, sejam frequentemente ignorados e confundidos com efeitos normais da prática esportiva. Esse descuido pode atrasar o diagnóstico precoce de problemas mais sérios.
Outro ponto levantado por especialistas é que a prática intensa e frequente pode gerar microlesões no trato gastrointestinal, favorecendo inflamações e alterações nas células do cólon ao longo do tempo.
Cuidados essenciais para corredores de longa distância
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Apesar do alerta, a corrida continua sendo uma atividade altamente benéfica quando praticada com equilíbrio. Para maratonistas e ultramaratonistas, alguns cuidados são fundamentais:
Check-ups regulares: realizar consultas médicas periódicas e exames preventivos, como a colonoscopia, especialmente após os 40 anos ou em caso de sintomas persistentes.
Atenção aos sinais do corpo: não ignorar sintomas como dores abdominais frequentes, alterações no hábito intestinal, diarreia persistente ou sangue nas fezes.
Nutrição adequada: manter uma dieta rica em fibras, frutas, verduras e cereais integrais, que auxiliam na saúde intestinal.
Hidratação constante: corredores de longa distância devem se atentar ao equilíbrio de líquidos e eletrólitos para reduzir impactos no sistema digestivo.
Treino equilibrado: variar a intensidade e permitir a recuperação do organismo também contribui para a proteção da saúde a longo prazo.
A mensagem principal é clara: correr é saudável, mas a maratona exige responsabilidade. Prevenir é tão importante quanto treinar. Estar atento à saúde intestinal pode ser a diferença entre manter os benefícios da corrida e se deparar com riscos que poderiam ser evitados com acompanhamento médico.
