
Inflamações, bolhas, feridas e manchas na pele que persistem por semanas ou meses podem ser sinais de doenças autoimunes dermatológicas raras, como Líquen Plano e o Pênfigo. Por serem pouco conhecidas e apresentarem sintomas que lembram problemas comuns, muitas vezes elas demoram a ser identificadas, o que atrasa o início do tratamento e aumenta o risco de complicações.
Essas doenças têm origem no próprio sistema imunológico do corpo, que passa a atacar a pele ou mucosas, provocando lesões, bolhas ou inflamação crônica e por serem raras e de apresentação muitas vezes variável, o diagnóstico costuma demorar, prejudicando o tratamento e a qualidade de vida.
No caso do líquen plano, por exemplo, a doença pode se manifestar com coceira, lesões na pele, unhas, mucosas da boca e até no couro cabeludo, onde, se não tratadas, podem causar queda de cabelo ou alterações nas unhas.

Já o pênfigo caracteriza-se por bolhas e erosões na pele e nas mucosas. No início, muitas vezes surgem lesões na boca ou gengivas, antes mesmo de aparecerem bolhas na pele, o que leva em muitos casos a atrasos de meses até a confirmação diagnóstica.

Segundo especialistas da saúde, um dos principais obstáculos é justamente o diagnóstico diferencial. Lesões que soam “simples”, como erupções, manchas, úlceras, podem ser confundidas com dermatites comuns, reações alérgicas, infecções ou condições benignas.
Por isso, muitas vezes a simples observação clínica não basta. Especialistas alertam que a confirmação definitiva exige exames específicos: biópsia de pele ou mucosa, exames de imunofluorescência ou imuno-histoquímica, que permitem identificar a presença de autoanticorpos ou padrão de inflamação próprio das doenças autoimunes. Sem esse cuidado, há risco de diagnóstico errado e demora no início do tratamento.
Para pacientes e familiares, a orientação é clara: diante de lesões persistentes, bolhas recorrentes, feridas na boca ou erupções que não cicatrizam, não trate com “pomadas comuns” por conta própria. Procure avaliação especializada, registre a evolução das lesões, tire fotos, anote sintomas e insista na investigação com biópsia se necessário. O diagnóstico precoce é a melhor arma contra o sofrimento, reduz o risco de complicações e aumenta as chances de uma resposta eficaz ao tratamento.