Entre janeiro e maio de 2025, o Hospital Geral de Roraima (HGR) realizou 56 cirurgias cardíacas, eletivas e emergenciais. Em 2024, foram 137 procedimentos ao longo do ano. A informação foi divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
Desde a reestruturação do serviço, o HGR passou a contar com UTI cardiológica e equipe especializada. Um dos marcos desse processo foi a realização da primeira cirurgia de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea no estado — técnica menos invasiva, que dispensa a interrupção dos batimentos cardíacos durante o procedimento.
“Hoje temos um serviço consolidado, com estrutura e equipe capacitada, oferecendo segurança e qualidade para os pacientes”, afirmou a diretora do HGR, Patrícia Renovato.
A cirurgia pioneira foi realizada no aposentado Reinaldo França de Moraes, de 72 anos. “Hoje a cirurgia de coração é uma coisa mais simples. Antigamente, era mais perigosa, todo mundo tinha medo. Mas hoje, com essa tecnologia toda, o HGR é bem aparelhado e com bons médicos. Então, você pode ficar tranquilo; quem for operar pode ir tranquilo e sem medo”, acrescentou o paciente.
Outro avanço importante foi a formação da primeira equipe de cirurgia cardíaca composta integralmente por profissionais que vivem em Roraima. Segundo a cirurgiã cardiovascular Paula Lago, isso elimina a necessidade de transferências para outros estados ou mutirões esporádicos.
Diagnóstico especializado e atendimento ampliado
O Centro de Diagnóstico Especializado (CDE), referência em exames cardiológicos pelo SUS, realizou 1.319 atendimentos de janeiro a maio deste ano. A unidade oferece serviços como cateterismo, ecocardiogramas, eletrocardiogramas, implantação de marcapasso, além do acompanhamento pré e pós-operatório.
Único no estado a utilizar radiologia cardiovascular, o CDE opera de segunda a sexta, das 7h às 19h. Os encaminhamentos são feitos via Sistema de Regulação (Sisreg), a partir das unidades básicas de saúde.
Marcapasso fisiológico
No final de maio, Roraima realizou os dois primeiros implantes de marcapasso fisiológico, indicado para pacientes com bloqueios cardíacos e insuficiência cardíaca. Ao contrário dos modelos convencionais, o dispositivo estimula diretamente o sistema de condução elétrica do coração, promovendo batimentos mais naturais.
“Cada novo procedimento mostra que a cardiologia no estado está mais forte, com atendimento qualificado e contínuo”, destacou Patrícia Renovato.