A Unidade de AVC Agudo do Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento deu início à aplicação de um novo protocolo que amplia a janela de atendimento para pacientes com sintomas de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Agora, todo paciente que apresentar perda repentina ou alteração da função neurológica, um AVC, com início de até 12 horas pode ser avaliado para receber o tratamento trombolítico para dissolver o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo cerebral.
Antes da mudança, o tratamento era indicado apenas para pacientes que chegassem à unidade dentro das primeiras 4h30 após o surgimento dos sintomas. Com a atualização, Roraima passa a oferecer também a medicação tenecteplase para casos que estejam dentro da janela estendida, de até 12h após o início do quadro.
A coordenadora da unidade, médica neurologista Lívia Martins, explica que essa ampliação traz esperança para mais pacientes.
“Nós da unidade de AVC fomos selecionados para um estudo multicêntrico nacional patrocinado pelo Proadi-SUS. Aumentando esse tempo, vamos poder beneficiar mais pacientes, para isso é necessário que os pacientes se conscientizem, e qualquer início de déficit neurológico súbito, qualquer perda de função súbita, deve procurar imediatamente a unidade de AVC no HGR”, ressaltou.
A unidade AVC realiza cerca de 40 internações mensalmente, e busca ampliar o acesso especialmente aos pacientes que vivem em municípios do interior, que até então não conseguiam chegar a tempo para receber o protocolo mais eficaz.
Francisco Pinheiro Ramos, de 64 anos, foi um dos pacientes que recebeu atendimento pelo HGR após apresentar sintomas repentinos em casa. Ele conta que, sozinho, percebeu a dormência se espalhando pelo corpo e logo chamou a ambulância.
“Foi ótimo, não tenho o que falar de nenhum dos médicos, nem das enfermeiras também. Me atenderam bacana, a dormência sumiu, a diabetes abaixou, fui excepcionalmente atendido”, comentou o paciente.
SOBRE O NOVO PROTOCOLO
O Acidente Vascular Cerebral é uma emergência médica que exige resposta rápida. A adoção de protocolos como o do HGR é fundamental para aumentar as chances de recuperação dos pacientes e reduzir o risco de sequelas graves.
Com a trombólise intravenosa, feita com medicamentos que dissolvem o coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo no cérebro, é possível evitar a morte de neurônios e, em muitos casos, preservar integralmente a capacidade neurológica do paciente.
A janela terapêutica estabelecida pelo Ministério da Saúde é de até 4h30, mas com a participação de Roraima em um estudo nacional, esse prazo pode ser estendido para até 12 horas em casos selecionados, utilizando a medicação tenecteplase.
O novo protocolo permite que mais pessoas sejam atendidas em tempo hábil, inclusive aquelas que vivem longe da capital. O AVC se manifesta de forma súbita, com sintomas como perda de força ou fala, tontura, dormência ou alteração na visão. Diante de qualquer sinal, o recomendado é procurar imediatamente o HGR.
“Apesar de termos esse tratamento disponível, apenas 10% dos pacientes chegam em tempo hábil para receber o tratamento, que só pode ser feito até quatro horas e meia que iniciaram os sintomas”, destacou a neurologista.
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