Trocar os lençóis e fronhas da cama é um hábito que muitas pessoas negligenciam — e o custo dessa desatenção pode ser maior do que se imagina. Um estudo realizado por uma empresa norte-americana especializada em colchões mostrou que, em apenas sete dias, fronhas mal higienizadas acumulam uma quantidade de bactérias até 17 mil vezes maior do que a encontrada em um assento de vaso sanitário.
As amostras analisadas revelaram que fronhas usadas por uma semana apresentaram cerca de 3 milhões de unidades formadoras de colônias (UFC) — unidade usada para mensurar a presença de micro-organismos. Já aquelas que ficaram sem lavagem por quatro semanas chegaram a acumular quase 12 milhões de UFC, número superior ao de superfícies notoriamente sujas, como potes de ração para animais de estimação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Um ninho para micro-organismos
O ambiente quente e úmido da cama, somado ao contato direto com suor, oleosidade da pele, saliva, resíduos de cosméticos e até células mortas, cria o cenário ideal para o crescimento de bactérias, fungos e ácaros.
“As fronhas são superfícies que ficam em contato constante com o rosto e o couro cabeludo. Com o tempo, elas podem se tornar verdadeiros reservatórios de agentes que causam espinhas, alergias e até infecções dermatológicas”, alerta um dermatologista consultado para esta reportagem.
Além das bactérias, o acúmulo de ácaros nas fibras do tecido pode piorar quadros respiratórios, como rinite e asma, especialmente em pessoas sensíveis.
Impactos para a pele e os cabelos
Os efeitos não são apenas invisíveis. Dormir sobre uma fronha contaminada pode agravar a acne, causar irritações na pele e contribuir para a obstrução dos poros. Para os cabelos, o ambiente sujo pode favorecer a oleosidade excessiva e até a proliferação de fungos no couro cabeludo, responsáveis por problemas como a caspa.
A longo prazo, esse acúmulo de resíduos pode comprometer até mesmo a eficácia de tratamentos dermatológicos e cosméticos noturnos.
Quando e como trocar a roupa de cama?
Especialistas recomendam a troca de fronhas duas vezes por semana, especialmente para pessoas que têm pele oleosa, suam muito durante a noite ou usam cremes e produtos capilares antes de dormir. Já os lençóis devem ser trocados ao menos uma vez por semana.
Veja algumas dicas para manter a roupa de cama limpa e segura:
Prefira tecidos naturais, como algodão, que favorecem a ventilação e acumulam menos resíduos oleosos.
Lave em água quente, se possível, para eliminar micro-organismos com mais eficácia.
Evite comer na cama, pois restos de alimentos podem atrair bactérias e insetos.
Seque bem antes de guardar, para evitar proliferação de mofo.
Use protetores de travesseiro impermeáveis e laváveis, que ajudam a preservar o enchimento por mais tempo.
Dica:
Trocar regularmente fronhas e lençóis não é apenas uma questão de conforto ou limpeza estética, mas um cuidado essencial com a saúde. A cama deve ser um espaço de descanso — não de exposição a riscos invisíveis. Manter a higiene do ambiente onde se dorme pode contribuir significativamente para o bem-estar da pele, do sistema imunológico e da qualidade do sono.