
Com a chegada de dezembro, convites a aniversários familiares, festas de fim de ano, confraternizações de trabalho e encontros com amigos se multiplicam rapidamente e junto com a expectativa chega também um “efeito colateral”: para muita gente, o volume de compromissos pode gerar estresse, pressão emocional e desgaste físico.
Especialistas alertam que essa sobrecarga, combinada a cobranças internas de perfeição e à nostalgia típica da data, pode intensificar sintomas de ansiedade, tristeza ou sensação de insuficiência.
O que pode começar como uma maratona festiva para celebrar e confraternizar, muitas vezes se torna um desafio de equilíbrio. A procura por atendimento psicológico e psiquiátrico cresce no fim do ano, já que a chamada “síndrome de fim de ano”, ainda sem definição clínica formal, manifesta-se quando a pessoa tenta dar conta de muita coisa ao mesmo tempo: festas, presentes, metas não cumpridas, expectativas sociais.
Para quem já vive com depressão, ansiedade ou vulnerabilidade emocional, o risco de recaída ou agravamento do quadro cresce. Por isso, psicólogos e especialistas em saúde mental recomendam que, antes de aceitar todos os convites e compromissos, por mais convidativos que pareçam, vale estabelecer limites, priorizar o que realmente importa e entender que não é papel de ninguém estar em todas as festas.
Manter uma rotina básica de sono, alimentação e exercícios, além de permitir pausas e momentos de descanso, pode ajudar a manter o equilíbrio físico e emocional mesmo em meio aos reencontros e celebrações.
Quem organiza ou participa de várias confraternizações deve ficar atento ao próprio ritmo. Dividir responsabilidades, por exemplo, pedir que cada convidado leve um prato em jantares compartilhados, evitar excessos de bebida e comida, e não se sobrecarregar com altos padrões de perfeição, são atitudes apontadas como protetores do bem-estar.
Também é importante dar espaço para quem talvez não esteja no clima: família e amigos que enfrentam luto, solidão ou fragilidades emocionais podem preferir evitar festas, e respeitar isso é um gesto de cuidado.
Mais do que distribuir compromissos, este fim de ano pode ser uma oportunidade para redefinir o significado das celebrações. Priorizar encontros íntimos, com pessoas queridas; aceitar convites que tragam alegria de verdade; planejar com antecedência para evitar correria e gastos de última hora; permitir tempo para descanso e contemplação, tudo isso ajuda a transformar dezembro de um mês frenético em um período de convivência com equilíbrio e bem-estar.