
Presente na alimentação da população da região norte e nordeste, a farinha de tapioca segue ganhando espaço também na mesa dos brasileiros do restante do país. Derivada da mandioca, o alimento é considerado uma grande fonte de energia e alternativa para celíacos, que não podem consumir glúten.
Estudos da Embrapa apontam que tanto a farinha de tapioca quanto o polvilho possuem alto teor de carboidratos de fácil digestão, característica que explica sua popularidade entre trabalhadores rurais, atletas e pessoas que buscam opções rápidas para repor disposição ao longo do dia.
O levantamento mostra que o produto é formado majoritariamente por carboidratos, entre 91% e 95%, e apresenta baixíssimos teores de gordura e proteína, reforçando sua função como fonte rápida de energia. Os pesquisadores também identificaram atividade de água muito baixa e umidade reduzida, características que contribuem para a boa estabilidade da farinha e menor risco de contaminação microbiana.
Além de ser acessível, ela se destaca como alternativa segura para celíacos e pessoas com sensibilidade ao glúten, já que naturalmente não contém a proteína. Essa característica vem impulsionando o consumo em dietas restritivas, ao mesmo tempo em que reforça a importância do alimento no debate sobre diversidade nutricional.
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Outro ponto relevante é o papel da farinha de tapioca no enfrentamento da insegurança alimentar. Por ser um produto de longa duração, de preparo rápido e produzido em larga escala em diversas localidades amazônicas, ela se torna um componente essencial nas estratégias de abastecimento regional.

O alimento também serve de base para inúmeras receitas desde o tradicional beiju até mingaus, pães, bolos e a própria tapioca, o que facilita sua adaptação a diferentes hábitos alimentares. Embora seja rica em carboidratos e pobre em proteínas e fibras, especialistas ressaltam que a farinha de tapioca permanece como um ingrediente valioso quando consumida com equilíbrio e combinada a fontes proteicas e vegetais.
Para tornar a tapioca mais nutritiva, é possível combiná-la com ingredientes ricos em proteínas, fibras e gorduras boas. Recheios como ovos mexidos com espinafre, frango desfiado com creme de ricota ou atum misturado a cenoura ralada ajudam a equilibrar a refeição e aumentar a saciedade. Versões doces também ganham valor quando incluem frutas e sementes, como banana com chia ou morangos com pasta de amendoim.
O fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca reforça ainda mais a relevância cultural, econômica e nutricional desse alimento tão presente no Norte e agora em outras regiões do país.