
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em parceria com o instituto alemão Fraunhofer IVV, desenvolveram um produto à base de farinha de girassol que pode se tornar uma alternativa promissora à carne no Brasil. A pesquisa, divulgada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), apresenta uma inovação que utiliza uma planta amplamente cultivada no país como fonte sustentável e nutritiva de proteína vegetal.
O ingrediente é obtido a partir do resíduo da extração de óleo das sementes de girassol, um subproduto que normalmente seria descartado. Durante o processo, as cascas e compostos fenólicos que dificultam a digestibilidade são removidos, resultando em uma farinha rica em proteínas e com melhor aproveitamento nutricional. Os cientistas testaram duas formulações principais: uma com farinha torrada e outra com proteína texturizada de girassol, ambas voltadas para o desenvolvimento de alimentos alternativos à base de plantas.
Segundo os pesquisadores, a proposta é oferecer ao mercado brasileiro uma opção proteica acessível e ambientalmente responsável, capaz de atender à crescente demanda por alimentos vegetais. O girassol, além de ser uma cultura adaptada às condições climáticas do país, possui um perfil nutricional interessante, com proteínas de boa qualidade, fibras e micronutrientes essenciais. O uso dessa matéria-prima pode ampliar as possibilidades de consumo de proteínas não animais, contribuindo para dietas mais equilibradas e sustentáveis.
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Embora o estudo ainda esteja em fase de desenvolvimento e não envolva testes clínicos em humanos, os resultados iniciais apontam para um potencial significativo na indústria alimentícia. A proteína de girassol pode se tornar uma alternativa útil tanto para quem busca reduzir o consumo de carne quanto para pessoas com restrições alimentares, oferecendo uma opção mais saudável e com menor impacto ambiental.
A pesquisa conduzida pelo ITAL e pelo Fraunhofer IVV representa um passo importante na busca por soluções alimentares inovadoras, unindo tecnologia e sustentabilidade. Se comprovada sua eficácia nutricional e aceitação pelo consumidor, a farinha de girassol poderá integrar futuramente o cardápio de produtos vegetais disponíveis no mercado brasileiro, reforçando a transição para uma alimentação mais saudável e consciente