O levantamento aponta que os sintomas emocionais se intensificam ao longo do ano e atingem o pico nos meses finais, quando se acumulam demandas no trabalho, no trânsito, no comércio e na organização das festas. (Foto: Freepik)
O levantamento aponta que os sintomas emocionais se intensificam ao longo do ano e atingem o pico nos meses finais, quando se acumulam demandas no trabalho, no trânsito, no comércio e na organização das festas. (Foto: Freepik)

O fim de ano, tradicionalmente associado a confraternizações e celebrações, também concentra um aumento expressivo nos níveis de estresse e ansiedade da população. Dados da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) indicam que esses quadros podem crescer em até 75% entre os brasileiros neste período, marcado por cobranças emocionais, compromissos financeiros e mudanças na rotina familiar.

O levantamento aponta que os sintomas emocionais se intensificam ao longo do ano e atingem o pico nos meses finais, quando se acumulam demandas no trabalho, no trânsito, no comércio e na organização das festas. Para a psicóloga Iara Farias, mestre em Psicologia e especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, esse conjunto de fatores cria um ambiente propício ao adoecimento emocional.

“É um período em que tudo acontece ao mesmo tempo: prazos, viagens, compras, férias das crianças e expectativas familiares. Esse acúmulo de responsabilidades gera sobrecarga mental e favorece o surgimento da ansiedade e do estresse”, explica.

Professora do curso de Psicologia da Estácio, Iara destaca que o corpo costuma dar sinais claros quando algo não vai bem. Dores de cabeça frequentes, tensão muscular, irritabilidade, taquicardia, sensação de falta de ar e pensamentos acelerados estão entre os sintomas mais comuns. “Quando essas manifestações não têm causa física definida e estão ligadas ao contexto emocional, é fundamental procurar ajuda profissional para acolhimento e acompanhamento adequado”, orienta.

Entre as estratégias de cuidado, a psicóloga reforça a importância do autocuidado e da atividade física como aliados da saúde mental. “O exercício ajuda a organizar o corpo e a mente, além de minimizar os impactos dos excessos comuns dessa época do ano”, afirma.

Atividade física ajuda a reduzir tensão e ansiedade

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Na avaliação do doutor em Educação Física Sandro Ribeiro, manter o corpo em movimento é uma das formas mais eficazes de enfrentar o estresse cotidiano, especialmente em períodos de maior pressão emocional. “A prática regular de atividade física tem impacto direto no bem-estar. Durante o exercício, o organismo libera substâncias como endorfina, dopamina e serotonina, que ajudam a reduzir a tensão e promovem sensação de prazer”, explica.

Professor do curso de Educação Física da Estácio, Sandro acrescenta que os benefícios vão além do momento da prática. A atividade física contribui para melhorar o sono, a concentração e a autoestima, fatores diretamente ligados ao controle da ansiedade.

Caminhadas, corridas leves, exercícios aeróbicos, musculação e práticas integrativas como yoga e pilates estão entre as opções mais indicadas. “Não é preciso exagerar. O mais importante é a regularidade”, ressalta.

Segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 150 minutos semanais de atividade física moderada já são suficientes para reduzir significativamente os sintomas de estresse e ansiedade.

O especialista reforça que a orientação de profissionais habilitados é essencial para garantir segurança e melhores resultados, especialmente para quem está retomando a prática ou iniciando uma nova rotina de exercícios.