Saúde e Bem-estar

Como esquecer memórias que doem? Neurocientista explica

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a memória não é uma reprodução literal do que acontece no dia a dia

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Por que lembramos em detalhe de algo que aconteceu há muitos anos, mas não do nosso almoço da última segunda-feira? Por que cheiros, locais e músicas nos fazem relembrar momentos especiais ou trágicos? As lembranças são essenciais à nossa vida, e hoje, 26 de dezembro é comemorado o Dia da Lembrança.

Por meio do canal do Youtube ‘Neurovox’, o neurocientista e professor Pedro Calabrez, explica como o fenômeno da lembrança acontece, e que ao contrário do que muitas pessoas pensam, a memória não é uma reprodução literal do que acontece no dia a dia, mas sim é extremamente distorcida pela própria mente.

“A maioria das pessoas costuma ter uma ideia completamente equivocada do que é a memória, a primeira delas é que a memória é uma coisa só. Existem diferentes tipos de memória e que envolvem diferentes circuitos do cérebro”, comenta.

Em seu vídeo, ‘Como esquecer memórias que doem?’, o professor ressalta que desejar esquecer algo ou alguém é um objetivo ruim, e que pode desencadear o ‘Processo Irônico da Metacognição’, que ao evitar pensar num assunto, só faz com que ele volte à cabeça com maior intensidade.


Neurocientista e professor Pedro Calabrez, explica como o fenômeno da lembrança acontece (Foto: Reprodução)

“Não é sobre esquecer e sim lembrar disso e não sofrer. Brigar com memórias é a pior coisa que você pode fazer com a sua saúde mental. Para se curar de uma memória dolorosa é necessário a ressignificação, atribuindo novos significados às antigas lembranças”, explica.

Pedro ressalta ainda, que a memória é um mecanismo de sobrevivência que possui duas funções, sendo a primeira te afastar das coisas que te prejudicaram no passado e a segunda, buscar coisas que no passado te fizeram bem.

“As emoções não são equilibradas dentro de nós. Fracassos são mais impactantes que sucessos. Eventos que produzem uma intensa experiência emocional, tendem a ser mais lembrados do que eventos neutros. É por isso que você lembra do professor que era engraçado e divertido e também do professor que era um carrasco e fazia todo mundo sofrer na sala de aula, mas não lembra do professor entediante”, ressalta o neurocientista. 

Dentro do assunto, uma indicação é o filme que relata a experiência de tentar “apagar uma memória” é O Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, interpretado por Jim Carrey e Kate Winslet. Na trama, o casal realiza um procedimento para apagar todas as memórias vivenciadas, e na realidade, o resultado é desesperador para o personagem, que tenta desistir da escolha, mas já é tarde demais. “Fugir das nossas memórias não costuma funcionar, ela retorna mesmo quando não queremos”, comenta Pedro, sobre o filme citado.

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