Prepare seu ambiente para a soneca pós almoço (Foto: Reprodução)
Prepare seu ambiente para a soneca pós almoço (Foto: Reprodução)

Em Roraima, onde empresas já aderiram aos espaços de relaxamento para funcionários ou onde muitos trabalhadores ainda têm a possibilidade de ir para casa no horário do almoço, acontece com frequência aquela soneca curta, também conhecida como “power nap”. Mas o que a ciência realmente diz sobre esse cochilo estratégico? Especialistas alertam que, sim, ele pode ser um aliado desde que bem dosado e bem cronometrado.

Estudos recentes sugerem que uma soneca rápida entre 10 e 30 minutos pode “resetar” o cérebro, melhorando a atenção e o humor. O estudo analisou quase 400 mil adultos britânicos e encontrou que sonecas moderadas podem até estar associadas a menor redução do volume cerebral com o envelhecimento, ou seja, há indícios de que um cochilo bem feito ajude a “preservar” o cérebro.

Por outro lado, a soneca mal administrada pode surtir efeito contrário. Um relatório recente disse que cochilos muito longos (mais de 30 minutos) ou irregulares (em horários diferentes a cada dia) foram relacionados a maior risco de hipertensão, acidente vascular cerebral e outros problemas metabólicos. Isso sugere que a soneca não é “qualquer cochilo” e requer planejamento.

O ponto de partida é definir horário fixo para a soneca, preferencialmente logo após o almoço, antes das 15h, quando a queda de energia pós-refeição costuma ocorrer. Estudos indicam que cochilar antes das 15h reduz interferências no sono da noite. A duração ideal gira em torno de 10 a 20 minutos para uma “recarga rápida”. Se você ultrapassar 30 minutos, corre o risco de entrar em sono profundo, o que pode provocar inércia do sono, fenômeno no qual a pessoa acorda mais grogue ou menos produtiva que antes.

O local de descanso também deve ser preparado: ambiente escuro ou com pouca luz, temperatura confortável, sem barulhos que interrompam o sono. Um esquema simples: desligar notificações, ajustar alarme para 20 minutos, deitar com apoio para a cabeça e evitar cochilar no sofá com a tela por perto. Isso ajuda a evitar que o “cochilo rápido” se transforme em “sono bagunçado” que atrapalha a noite.

Vale ainda observar: a soneca não substitui uma boa noite de sono. Se você está dormindo pouco ou mal à noite, a soneca pode até mascarar o cansaço, mas não corrige o déficit crônico. Em casos de sonolência extrema, cochilos longos frequentes ou irregularidade nos horários, pode indicar problemas como apneia do sono ou distúrbios do ritmo circadiano. Aí é hora de consultar um especialista.

Em resumo: para quem busca manter a produtividade, uma soneca rápida logo após o almoço pode ser uma ferramenta útil. Escolher um horário fixo, limitar o cochilo a cerca de 10–20 minutos, usar ambiente próprio e garantir que o sono da noite esteja em ordem formam a combinação ideal. Assim, em vez de desperdiçar tempo, você volta à tarefa com mais foco e deixa para trás a sensação de lentidão que às vezes aparece depois do almoço.