Você acorda cansado, sente o corpo mais lento, a pele está seca e o intestino não funciona como antes. Esses sinais, muitas vezes atribuídos ao estresse ou à rotina agitada, podem ter uma causa mais profunda: o hipotireoidismo, distúrbio causado pela produção insuficiente de hormônios pela glândula tireoide.
A condição é mais comum em mulheres, especialmente após os 40 anos, mas também afeta homens, embora com menor frequência e diagnóstico muitas vezes tardio. Segundo especialistas, identificar os sinais precocemente pode evitar complicações a longo prazo, como alterações metabólicas, depressão, infertilidade e doenças cardiovasculares.
Os sintomas mais comuns em mulheres incluem fadiga constante, mesmo após dormir bem; pele seca e áspera, principalmente nas pernas e cotovelos; cabelo quebradiço e unhas frágeis; constipação intestinal persistente; sensação de frio mesmo em ambientes amenos; dificuldade de concentração e lapsos de memória; ciclos menstruais irregulares ou mais intensos que o normal; e ganho de peso sem mudanças na alimentação. Muitas vezes esses sinais são confundidos com sintomas de outras condições hormonais ou do climatério, o que retarda o diagnóstico.
Apesar de menos frequente, o hipotireoidismo em homens pode afetar a libido, o humor e o metabolismo. Entre os sinais mais comuns estão a diminuição do desejo sexual e disfunção erétil; fadiga persistente e falta de energia; queda de cabelo, inclusive na barba; ganho de peso ou dificuldade para perder gordura abdominal; pele ressecada e sensação de inchaço; irritabilidade ou sintomas depressivos; batimentos cardíacos lentos ou sensação de “coração parado”.
O diagnóstico do hipotireoidismo é feito por meio de exames de sangue que avaliam os níveis do TSH (hormônio estimulante da tireoide) e da tiroxina livre (T4 livre). Em alguns casos, também é solicitado o exame de anticorpos antitireoidianos, especialmente se houver histórico familiar de doenças autoimunes.
Em casos leves, o médico pode adotar apenas o monitoramento. Mas, quando necessário, o tratamento é simples e eficaz: a reposição hormonal diária com levotiroxina sódica, em doses ajustadas individualmente.
Se você apresenta dois ou mais sintomas persistentes, é importante consultar um clínico geral ou endocrinologista. Também vale investigar se há histórico familiar de doenças da tireoide, já que o fator genético tem forte influência.