Em tempos de rotinas aceleradas e aumento dos transtornos relacionados ao estresse e à ansiedade, a leitura tem ganhado novo protagonismo como ferramenta terapêutica. A prática da biblioterapia, embora não seja novidade, vem sendo cada vez mais valorizada como uma forma complementar de cuidado com a saúde mental.
O termo refere-se ao uso orientado de livros, seja de ficção, poesia, biografias ou obras reflexivas, com o objetivo de promover bem-estar emocional, autoconhecimento e alívio de sintomas psíquicos. A leitura, nesses casos, não é apenas passatempo, mas um recurso de apoio psicológico.
Segundo especialistas da área, a biblioterapia pode ser conduzida de maneira profissional, com acompanhamento de psicólogos, terapeutas ou biblioterapeutas formados, ou de modo informal, como uma prática pessoal de autocuidado. O princípio é simples: ao se identificar com personagens, histórias e dilemas narrativos, o leitor acessa emoções, ressignifica experiências e amplia a compreensão sobre si e o mundo ao redor.
Ler sobre temas como perda, mudança, medo ou superação, por exemplo, pode gerar conforto, diminuir a sensação de solidão e oferecer novos pontos de vista. Além disso, estudos indicam que a leitura frequente melhora o foco, reduz a ruminação mental e contribui para a regulação emocional. Ainda, que esse tipo de terapia é eficaz no tratamento da depressão leve e na redução dos sintomas de dependência de álcool e transtorno de pânico.
Entre os efeitos positivos da biblioterapia estão a diminuição da ansiedade, melhora da autoestima e alívio de sintomas depressivos. Em ambientes clínicos, escolares e até corporativos, a prática tem sido aplicada como estratégia complementar ao tratamento psicológico tradicional.
Livros que tratam de saúde mental de forma acessível também ajudam a quebrar tabus, educar sobre transtornos e encorajar a busca por ajuda profissional. Em idosos, a biblioterapia pode estimular a memória e a cognição; em crianças, promover empatia e habilidades socioemocionais.
Vale ressaltar que não há uma fórmula única: o importante é escolher leituras que façam sentido para o momento de vida do leitor. Pode ser um romance inspirador, uma crônica sensível ou mesmo um livro técnico que ajude a entender as próprias emoções