O distúrbio, que afeta um grande número de pessoas e se caracteriza por interrupções repetitivas da respiração durante o sono (Foto: Divulgação)
O distúrbio, que afeta um grande número de pessoas e se caracteriza por interrupções repetitivas da respiração durante o sono (Foto: Divulgação)

A interrupção em uma noite de sono pode ser causada por alguns motivos, como insônia, má alimentação ou até a falta de exercícios físicos. Porém, é preciso ter atenção e saber diagnosticar se é um caso de apneia obstrutiva do sono (AOS), também conhecida somente como apneia.

O distúrbio, que afeta um grande número de pessoas e se caracteriza por interrupções repetitivas da respiração durante o sono, pode comprometer a qualidade do descanso e trazer impactos sérios à saúde, como o aumento do risco de doenças cardiovasculares e hipertensão.

Além do ronco persistente, os sintomas incluem sonolência diurna excessiva, sensação de sono não reparador, dores de cabeça matinais e dificuldades de concentração. No Brasil, um estudo realizado na cidade de São Paulo, chamado EPISONO, apontou que cerca de 33% da população paulistana sofre desse distúrbio, com maior prevalência entre os idosos.

Segundo o Dr. Nilson André Maeda, otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono do Hospital Paulista, o tratamento adequado da apneia é essencial para evitar complicações mais graves, como hipertensão e problemas cardíacos.

Saiba como adotar medidas simples no estilo de vida e minimizar os impactos da apneia

1 – Adote uma rotina de sono regular e tente dormir de lado
Criar uma rotina regular de sono e garantir um ambiente adequado para dormir bem são fundamentais.Outra mudança benéfica é dormir de lado, o que pode reduzir significativamente a gravidade do problema em casos de apneia posicional.

2 – Tenha uma alimentação saudável e evite medicamentos calmantes
Além disso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e sedativos antes de dormir pode fazer uma grande diferença, já que essas substâncias relaxam excessivamente a musculatura da garganta e agravam os episódios de apneia.

3 – Fique atento ao seu peso
O controle do peso corporal também é um fator importante, já que o excesso de gordura na região do pescoço pode agravar os sintomas da AOS. Embora a redução do índice de massa corporal (IMC) esteja associada a uma menor severidade do distúrbio, é importante ressaltar que a apneia também pode afetar pessoas com peso considerado normal.

4 – Procure por tratamentos para apneia como fonoterapia
A fonoterapia é uma alternativa eficaz para fortalecer a musculatura da língua, do palato e da orofaringe, ajudando a manter a via aérea mais aberta. Outra possibilidade são os dispositivos intraorais, indicados para casos leves e moderados, que reposicionam a mandíbula e a língua para facilitar a respiração durante o sono.

Para quadros mais graves, o tratamento mais recomendado é o CPAP (Terapia com Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), que mantém as vias respiratórias desobstruídas e proporciona um sono mais profundo e reparador. Estudos demonstram que o uso regular do CPAP traz benefícios para a qualidade do sono e para a saúde cardiovascular, embora muitos pacientes enfrentem dificuldades na adaptação ao aparelho.

5 – Caso necessário, realize uma intervenção cirúrgica
Em alguns casos, procedimentos cirúrgicos podem ser necessários para ampliar as vias aéreas e melhorar a respiração noturna. Técnicas como a faringoplastia e a cirurgia ortognática são opções que devem ser avaliadas de forma individualizada, considerando a gravidade da apneia e as características anatômicas de cada paciente.

Segundo os especialistas em saúde, a apneia obstrutiva do sono é um distúrbio que exige atenção e acompanhamento médico adequado. Por isso é importante contar com um diagnóstico correto e a adesão ao tratamento recomendado, para reduzir os efeitos da doença, melhorar a qualidade do sono e garantir mais qualidade de vida.