Nos últimos anos, a geração millennial — jovens nascidos entre o início dos anos 1980 e meados dos anos 1990/2000 — vem transformando a forma como nos relacionamos com a comida. Mais conectados a questões ambientais, de saúde e de bem-estar, eles têm adotado práticas que vão desde a redução do consumo de ultraprocessados até a valorização de alimentos frescos, sustentáveis e éticos.
Tendência de dietas mais conscientes
Estudos de mercado indicam que os millennials são a geração mais propensa a experimentar dietas vegetarianas, veganas ou flexitarianas, reduzindo ou eliminando o consumo de carne. Essa mudança não acontece apenas por motivos de saúde, mas também por preocupações com o impacto da indústria alimentícia sobre o meio ambiente e o bem-estar animal.
Além disso, cresce entre eles a busca por alimentos orgânicos e locais, que reduzem a pegada de carbono e estimulam pequenos produtores. A preferência por produtos artesanais, naturais e sem aditivos químicos tem alterado o portfólio das grandes empresas do setor alimentício, que se adaptam para atender a esse novo público.
Menos ultraprocessados, mais equilíbrio
Outro ponto marcante é a rejeição a refrigerantes, fast food e alimentos ultraprocessados. Os millennials priorizam refeições caseiras e opções rápidas, mas nutritivas, como marmitas fitness e aplicativos que oferecem pratos saudáveis por delivery. A preocupação com a qualidade daquilo que consomem também se conecta ao aumento da prática de atividades físicas e ao desejo de manter a saúde mental em dia.
O impacto no mercado
Esse comportamento já se reflete no setor: o mercado de alimentos saudáveis e funcionais cresce em ritmo acelerado no Brasil, impulsionado principalmente pelo consumo millennial. Restaurantes, supermercados e marcas vêm investindo em cardápios alternativos e rótulos mais transparentes, com informações claras sobre origem e composição dos produtos.
Os desafios da geração
Apesar da consciência, manter uma alimentação saudável não é tarefa simples. A rotina acelerada, os preços mais altos de produtos orgânicos e as dificuldades de acesso em algumas regiões do país ainda são obstáculos para essa geração. Muitos acabam oscilando entre momentos de disciplina alimentar e recaídas em hábitos menos saudáveis.
Especialistas em nutrição defendem que a chave está no equilíbrio: incluir mais frutas, legumes e proteínas vegetais, reduzir gradualmente os ultraprocessados e priorizar escolhas possíveis dentro da realidade de cada indivíduo.
Um movimento que veio para ficar
Mais do que uma moda, a alimentação consciente se consolida como um movimento cultural e social. Ao influenciarem o mercado e as gerações mais novas, os millennials estão deixando um legado de maior responsabilidade sobre o que se coloca no prato — e sobre como isso impacta não apenas o corpo, mas também o planeta.