Saúde e Bem-estar

Além da genética, quais fatores influenciam a queda de cabelo

Pesquisas médicas apontam várias causas, incluindo algumas totalmente tratáveis

Cuidados com o cabelo (Foto: Reprodução)
Cuidados com o cabelo (Foto: Reprodução)

A perda de cabelo persistente pode causar angústia e afetar autoestima para homens e mulheres. Embora a predisposição genética e o envelhecimento sejam responsáveis por muitos casos, pesquisas médicas apontam outras causas, incluindo algumas totalmente tratáveis se identificadas cedo.

Muitos casos de queda de cabelo vão além do que vemos no espelho. Saber quais fatores influenciam, buscar ajuda médica e agir com antecedência pode fazer uma grande diferença. A investigação cuidadosa e um tratamento personalizado são as melhores estratégias para recuperar saúde, densidade e autoestima capilar.

Confira seis razões sólidas, com base em estudos recentes, que ajudam a entender melhor o que pode estar ocorrendo.

1. Deficiências nutricionais e excesso de certas vitaminas

A falta de ferro, zinco, proteínas e vitaminas do complexo B tem sido associada à queda de cabelo em diversos estudos. Um artigo de revisão publicado na Biblioteca Nacional de Medicina sobre vitaminas e minerais destaca que níveis baixos de ferro e vitamina D, por exemplo, agravam quadros como alopecia de padrão feminino e eflúvio telógeno. 

Por outro lado, o consumo excessivo de vitamina A, especialmente em forma de retinol ou suplementos, pode induzir o chamado telogen effluvium, acelerando o ciclo capilar de forma anormal. A condição chamada hipervitaminose A inclui queda de cabelo como sintoma. 

2. Estresse físico ou emocional

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Eventos estressantes como doenças graves, cirurgias, mudança drástica de regimes alimentares, ou perdas emocionais podem desencadear o telogen effluvium, caracterizado por uma queda difusa de fios que acontece alguns meses após o evento.

Esse tipo de queda é comum após estresse metabólico, hormonal ou uso de certas medicações. Estudos também observaram que a recuperação capilar costuma ocorrer com a eliminação ou controle da causa desencadeante. 

3. Medicamentos

Diversos fármacos são reconhecidos por médicos por causarem queda de cabelo como efeito adverso. O telogen effluvium pode ser induzido por remédios como betabloqueadores, retinoides (vitamina A em doses elevadas), terapias hormonais, entre outros. 

O uso de medicamentos para emagrecimento rápido ou após cirurgias bariátricas também tem sido associado com queda capilar, sobretudo devido à perda súbita de peso e deficiências nutricionais secundárias. 

4. Estilo de vida, hábitos e penteados agressivos

Penteados que pressionam os fios, calor excessivo, tratamentos químicos agressivos e tudo isso pode fragilizar os folículos. Embora estudos brasileiros e internacionais enfatizem a alopecia por tração e os efeitos cumulativos de alisamentos e tinturas frequentes, essa causa costuma exigir observação clínica cuidadosa, especialmente se for combinada com outros fatores de estresse ou deficiência. 

5. Alterações hormonais e condições endocrinológicas

Mudanças hormonais ligadas à gravidez, pós-parto, menopausa, ou distúrbios como síndrome dos ovários policísticos interferem no ciclo de crescimento capilar. Essas condições podem levar os fios a entrar mais cedo na fase de queda (telógena) ou reduzir a fase de crescimento (anágena). Estudo epidemiológico mostrou prevalência significativa de queda e afinamento entre mulheres em período de menopausa ou com desequilíbrios hormonais. 

6. Doenças autoimunes, intoxicações e problemas subjacentes

Condições como alopecia areata, onde o sistema imunológico ataca os folículos, são causas diagnósticas bem estabelecidas de queda localizada ou generalizada.  Em casos menos comuns, intoxicações por metais pesados (tálio, arsênico) ou doenças inflamatórias sistêmicas também podem provocar queda difusa. 

Para lidar com a queda, o ideal é buscar avaliação com dermatologista, que poderá solicitar exames de sangue (ferro, hormônios, vitaminas), história clínica completa, investigar uso de medicamentos, estilos de vida e até exames do couro cabeludo (tricologia, dermatoscopia) quando necessário.

Algumas medidas que podem ser adotadas são o ajuste do uso de vitaminas e suplementos, evitando excessos; trocar ou revisar o uso de medicamentos sob supervisão médica; evitar penteados e práticas capilares agressivas; gerenciar estresse, com suporte psicológico ou práticas de relaxamento; e tratar doenças autoimunes ou condições subjacentes que estejam contribuindo para a queda.

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