Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, 19, o vereador Marcelo Lopes (PTN) fez duras críticas ao Plano Integrado de Resíduos Sólidos que vem sendo elaborado pela Prefeitura Municipal de Boa Vista desde o início do ano. Ele afirmou que o documento possui várias deficiências e que não contou com a participação e nem consulta da sociedade no processo de elaboração.
O Plano Integrado seria discutido em audiência pública no Plenário da Câmara de Vereadores de Boa Vista no dia 14 de novembro, porém, acabou sendo adiado para uma nova data, ainda a ser definida, devido à votação de outras matérias na Casa. Apesar da audiência ainda não ter ocorrido, o vereador Marcelo Lopes analisou o documento e apontou diversos problemas e inconsistências com a realidade vivida pelos boa-vistenses.
“A primeira observação é quanto à falta de consulta à sociedade durante a elaboração deste plano. Esse é um erro grave, ainda mais vindo de uma gestão que em período eleitoral afirmou veementemente que faria uma administração participativa com amplas discussões de orçamento e ações do poder Executivo Municipal”, criticou o vereador.
Segundo Lopes, o Plano segue o mesmo rito de outras ações executadas pela Prefeitura. “Uma empresa de fora, com profissionais que não reconhecem as necessidades de Boa Vista, ficou com a responsabilidade de elaborar esse documento. O fórum de discussão do Plano vem apontando problemas a cada etapa. O pior de tudo é que são problemas simples de caracterização de Boa Vista”, explicou.
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Ele afirmou que, no documento consta que o garimpo é um dos segmentos econômicos de Boa Vista. “Até onde sei, não existe garimpo em Boa Vista. Além disso, o plano também afirma que a Capital é produtora de lenha, sendo que não temos nem vegetação para isso. São inúmeros os erros e grosseiros. O documento também não levou em conta a existência de um igarapé nas proximidades do aterro sanitário”, detalhou.
Outros erros apontados pelo vereador são a ausência da Zona de Processamento e Exportação (ZPE), que é um dos grandes geradores de resíduos sólidos, e a questão da imigração desenfreada. “Temos apontado as fragilidades deste plano, mas não estamos sendo ouvidos. Queremos ouvir a empresa, que a Prefeitura tenha o seu momento para falar, assim como a Câmara e a sociedade”, disse.
Os vereadores solicitaram uma audiência pública para que as divergências entre as partes envolvidas nesses processos sejam esclarecidas. “Queremos entender melhor qual é a expectativa do Poder Público, da Prefeitura de Boa Vista, na criação desse anteprojeto de lei, que vai vir para a Câmara para aprovarmos provavelmente este ano, ou no próximo ano”, explicou Lopes.
