SENADO FEDERAL

Veja como cada senador de Roraima votou na reforma tributária

Texto segue para a Câmara após ser modificado pelos senadores. Bancada de Roraima deu dois votos contrários e um favorável ao texto

Veja como cada senador de Roraima votou na reforma tributária Veja como cada senador de Roraima votou na reforma tributária Veja como cada senador de Roraima votou na reforma tributária Veja como cada senador de Roraima votou na reforma tributária
Os senadores de Roraima, Dr, Hiran, Mecias de Jesus e Chico Rodrigues (Fotos: Roque de Sá/Agência Senado)
Os senadores de Roraima, Dr, Hiran, Mecias de Jesus e Chico Rodrigues (Fotos: Roque de Sá/Agência Senado)

Com 53 votos favoráveis e 24 contrários e nenhuma abstenção, o Senado Federal aprovou nessa quarta-feira (8), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da reforma tributária. O texto segue para a Câmara dos Deputados após ser modificado pelos senadores. Dos três parlamentares de Roraima, dois votaram contra e um foi favorável.

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Contrários

Os senadores Dr. Hiran (Progressistas-RR) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR) foram contrários à reforma, porque avaliam que ela aumentará a carga tributária no Brasil. “Achamos que a reforma tem alguns que vão prejudicar principalmente o setor de serviços, que mais emprega no nosso País”, disse Hiran.

O senador Dr. Hiran durante sessão do Senado nessa quarta-feira (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Por outro lado, eles e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) conseguiram incluir, no texto, emenda que inclui Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia e Amapá no Fundo de Sustentabilidade, Diversificação Econômica dos Estados da Amazônia Ocidental e do Amapá.

“Votamos contra, mas conseguimos aprovar nossa emenda para contemplar as ALCs (Áreas de Livre Comércio), de forma que nós garantimos, assim, desenvolvimento, sustentabilidade e segurança pra quem investe em nossos os estados”, destacou Hiran.

O senador Mecias de Jesus no plenário do Senado nessa quarta-feira (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Vice-líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus, embora tenha conseguido incluir, na reforma, cerca de 20 das 58 emendas que apresentou, orientou a bancada do partido a votar contra o texto. Uma de suas alterações aceitas foi a que garante desoneração do gás de cozinha à população de baixa renda.

“Não me sinto à vontade para votar um texto que aumente impostos para o contribuinte, sobretudo, não me sinto à vontade para votar uma reforma tributária que prejudica o Estado de Roraima, que tire benefícios do nosso Estado, que já luta tanto pra vencer entre os grandes do nosso País”, afirmou.

Único favorável

O senador Chico Rodrigues durante sessão do Senado nessa quarta-feira (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O senador Chico Rodrigues (PSB) votou favorável à reforma tributária por entender que ela “vai simplificar e modernizar o sistema tributário nacional”, gerar empresas e diminuir as desigualdades sociais e regionais. “Um momento histórico na vida do Brasil”, disse nas redes sociais.

O que diz a reforma

O plenário do Senador nessa quinta-feira (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

A proposta apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) ganhou novos contornos nas mãos do relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), que incorporou uma série de mudanças.  A essência da PEC está na simplificação de tributos e do modelo em funcionamento no País. O texto prevê a substituição de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por três: Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo (IS). A proposta também prevê isenção de produtos da cesta básica e uma série de outras medidas.

Ao todo, o texto recebeu cerca de 830 emendas durante a discussão no Senado. Braga acatou parte das sugestões de mudanças propostas no Plenário. Durante a votação em segundo turno, senadores rejeitaram destaques apresentados por senadores da oposição para limitar a soma das alíquotas dos tributos. Uma das emendas previa o teto de 20%; outra estabelecia um limite de 25%.

Um acordo garantiu a aprovação de uma emenda que prevê a criação de um fundo de desenvolvimento para os estados da Região Norte. O fundo será criado por lei complementar.

Entre os setores que terão regimes diferenciados, segundo o texto estão transportes, combustíveis, saneamento, planos de saúde, setor imobiliário, jogos de prognósticos, loterias, instituições financeiras, incluindo bancos. Ao rejeitar emendas para retirar setores dessa lista, o relator reforçou que eles já possuem regimes diferenciados e pagam carga tributária inferior à média nacional.

IVA

A CBS (federal) e o IBS (estadual e municipal), que tributam o consumo, são formas de Imposto sobre Valor Agregado. Esse tipo de tributo incide somente sobre o que foi agregado em cada etapa da produção de um bem ou serviço, excluindo valores pagos em etapas anteriores. O IVA já é adotado em mais de 170 países. A ideia é acabar com a incidência de tributação em “cascata”.

Alíquotas e isenções

Haverá uma alíquota-padrão e outra diferenciada para atender setores beneficiados com isenções como educação e saúde. O texto também prevê isenção de IBS e CBS para uma cesta básica nacional de produtos a serem definidos em lei complementar. A ideia é que produtos como arroz, feijão, entre outros fiquem isentos de tributação.

Cashback

Com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda, o texto também prevê a devolução de parte do imposto pago pelos consumidores, o chamado “cashback”. A medida vale para famílias de baixa renda e inclui o consumo de gás, de energia elétrica e outros produtos.

Trava

A fim de impedir o aumento da carga, o texto prevê uma “trava” para a cobrança de impostos sobre o consumo, ou seja, um limite que não poderá ser ultrapassado. De acordo com o texto apresentado pelo senador, o limite para a carga tributária será a média de 2012 a 2021, na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB), representada pelas receitas com PIS/PASEP, COFINS, IPI, ISS e ICMS.

Guerra fiscal

Com a reforma, a cobrança de impostos deixará de ser feita na origem (local de produção) e passará a ser feita no destino (local de consumo). A mudança visa dar fim à chamada guerra fiscal — a concessão de benefícios tributários por estados com o objetivo de atrair investimentos.

‘Imposto do pecado’

Diferentemente do IBS, o Imposto Seletivo (IS), também conhecido como “imposto do pecado”, funcionará como uma espécie de “taxa extra” sobre bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. É o caso de cigarros e de bebidas alcoólicas.

Compensação

O Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) é um dos instrumentos incluídos na PEC para reduzir discrepâncias entre os estados brasileiros. Os recursos do fundo serão aportados anualmente pelo governo federal. De R$ 8 bilhões em 2029, os valores devem chegar a R$ 60 bilhões em 2043. Do total, 30% serão distribuídos para os estados por critério populacional e 70% com base em um coeficiente de sua participação no Fundo de Participação dos Estados (FPE).

*Com informações da Agência Senado

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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