NA ASSEMBLEIA

Testemunha é conduzida à Delegacia após mentir durante CPI das Terras

Momento em que ele é acompanhado pelos policiais
Momento em que ele é acompanhado pelos policiais

Uma das testemunhas ouvidas na Reunião da CPI das Terras, realizada na manhã desta segunda-feira, 10, foi conduzida para a Delegacia. Os deputados Jorge Everton e Renato Silva, consideraram que Jamiro Alves da Silva, 51 anos, mentiu durante o seu depoimento.

Jamiro estava sendo ouvido sobre sua participação na regularização de uma área de oito hectares, denominada sítio Uberabinha 2, na Gleba Cauamé. Quando passou a alegar que atuou apenas como procurador do suposto dono, que segundo ele, chama-se Almiro.

“Almiro me procurou por que queria regularizar essa área, e fomos ao Iteraima e demos entrada no titulo definitivo, ele estava residindo lá, tinha um barraquinho, tinha energia, colocamos em 2023 poço artesiano”

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Ainda durante a oitiva, o deputado Jorge Everton perguntou se Jamiro possui bens declarados, momento em que ele nega, e diz que visava ganhar dinheiro ajudando a regularizar essa área.

Após a fala da testemunha, Jorge Everton pergunta se Jamiro foi candidato e ele responde que sim. O deputado então aponta que ele declarou R$ 10 milhões ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Veja no vídeo abaixo:

“O senhor está mentindo, então vou pedir para que nossa segurança lhe encaminhe até a Casa Militar, para que o senhor seja levado até a Delegacia onde deverá se explicar”, concluiu Everton. Em seguida, Jamiro saiu do plenário acompanhado por policiais militares.

De acordo com o sistema de divulgação de contas eleitorais, o candidato a deputado federal nas eleições de 2022 declarou possuir um patrimônio de R$ 10.180.000,00. A maior parte dos bens informados corresponde a terrenos e sítios localizados em Boa Vista (RR).

Oitivas revelam irregularidades

Na pauta de hoje, estavam a análise e discussão do andamento das investigações conduzidas pela Comissão e oitiva de sete pessoas. Jamiro da Silva atua como procurador de Almiro Ferreira Marinho, que tenta uma posse de terra no Iteraima. A terra estaria registrada no nome da dentista Estela Camargo.

“O senhor Almiro e seu então procurador Jamiro tentam roubar minha terra por meio de um processo administrativo fraudulento no Iteraima. Eles apresentaram uma autodeclaração em 2019, um documento sem valor legal, sem provas de posse, recibos ou testemunhas. Três dias depois, Almiro pediu a regularização da área como se fosse o dono legítimo. Isso não é reivindicação, é grilagem descarada”, afirmou Estela, acrescentando relato de ameaças e um assalto suspeito em sua residência.

Outro depoente, o servidor do Iteraima Mariano Azevedo, afirmou que apenas cumpriu ordens ao vistoriar a propriedade e reconhecer Almiro como ocupante da área. Ele confirmou que o encontrou no local durante a inspeção.

A presidente do Iteraima, Dilma Costa, afirmou que o processo administrativo envolvendo a disputa de terras entre Estela Camargo e Almiro Marinho ainda não foi concluído. Segundo ela, o título da dentista não foi cancelado, e o parecer favorável a Almiro não é definitivo, podendo ser questionado dentro do órgão.

A CPI segue com os trabalhos para apurar possíveis irregularidades no caso.

Fazem parte da comissão os deputados Jorge Everton (União), como presidente; Armando Neto (PL), vice-presidente; Renato Silva (Podemos), relator; e os membros Marcinho Belota (PRTB), Chico Mozart (PRTB), Neto Loureiro (PMB) e o presidente da Casa, Soldado Sampaio (Republicanos).

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