Política

Temer pune deputados 'traidores', entre eles os da bancada de RR

Cargos que pertenciam aos “traidores” serão redistribuídos entre os que ajudaram a enterrar a segunda denúncia contra o presidente

Temer pune deputados ‘traidores’, entre eles os da bancada de RR Temer pune deputados ‘traidores’, entre eles os da bancada de RR Temer pune deputados ‘traidores’, entre eles os da bancada de RR Temer pune deputados ‘traidores’, entre eles os da bancada de RR

Os quase dois meses que se passaram, entre o dia 2 de agosto e 25 de outubro, foram suficientes para que 11 deputados mudassem suas posições entre a análise da primeira e da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) no Plenário da Câmara. Oito viraram a casaca para desta vez decidirem que o processo deveria seguir no Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles parlamentares de Roraima. 

Na rebordosa do voto daqueles que o presidente Michel Temer diz que “são traidores” estão sendo punidos os deputados que votaram contra, com a exoneração dos apadrinhados dos parlamentares que apoiaram o prosseguimento da investigação.

Foram punidos nessa primeira leva os deputados que sempre foram bem tratados pelo governo, tendo seus pleitos atendidos, mas, nas palavras de um ministro, se “acovardaram”. O governo decidiu cumprir rápido a promessa de que os traidores não serão perdoados para recompensar sua base de apoio. Os cargos serão redistribuídos entre os que ajudaram a enterrar a segunda denúncia.

Três parlamentares de Roraima, Shéridan (PSDB), Abel Mesquita (DEM) e Carlos Andrade (PHS), votaram contra Temer, mas o fogo é principalmente contra os deputados considerados “traidores” na votação, ou seja, quem apoiou Temer na primeira denúncia, mas virou a casaca e votou pelo prosseguimento da segunda denúncia. Este é o caso do deputado Abel Mesquita.

Em conversa com a Folha, Mesquita disse que votou contra o Temer porque ele “enganou Roraima”. “Eu não concordo com pessoas que enganam nosso Estado. O que for do governo e for bom, eu não tenho problema em aprovar, ou que seja bom para o Brasil e estados. Não tenho medo de punição, pois nunca busquei cargos e nunca gostei disso, não é minha prática. O que vir do governo e prestar eu aprovo, e o que não for bom eu não aprovo. Vou esperar o posicionamento do meu partido sobre essa questão para somente depois me posicionar de forma concreta”, disse.

A deputada Shéridan, que após votar contra Temer foi denunciada pela procuradora Raquel Dodge ao Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não tem e nunca teve cargos no Governo Federal. “Sempre mantive minha independência, pois o que me move na política são os meus valores e minha consciência. Sou livre para representar o povo do meu Estado de Roraima, que me deu a oportunidade de ouvir e lutar por eles no Congresso”.

A parlamentar destacou que tem uma agenda responsável do que considera importante e primordial para o país. “Mas nada sobrepõe às minhas convicções, minhas decisões e ao que acredito que seja certo. Quando acreditar que a matéria interessa ao país, votarei. Quando achar que vai contra os interesses da sociedade, votarei contra”.

O deputado Carlos Andrade, que votou contra Temer tanto na primeira quanto na segunda denúncia, disse que não está incomodado com a perseguição a quem votou contra Temer. “Não tenho indicados a cargos no Governo Federal e nem no governo estadual. O governo precisa respeitar o povo na aplicação dos recursos e os deputados nos votos”, afirmou.

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