
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira, criticou a CPI das Terras, da Assembleia Legislativa (ALE-RR), se manifestou contrário ao pedido de indiciamento de quatro servidores do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) por elo com suposto esquema de grilagem de terras públicas e pediu retratação pública dos deputados do colegiado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Figueira ressaltou que os técnicos apenas cumpriram ordens de serviço e não podem ser responsabilizados como integrantes de uma organização criminosa. Assim, ele pediu mais prudência aos parlamentares da CPI ao expor nomes de servidores.
“Eles apenas registram a ocupação e apresentam relatório. Não cabe a eles auditar se a terra pertence a A ou B. Portanto, não é justo responsabilizá-los como se tivessem poder decisório. Esse processo passa por pelo menos cinco outras instâncias até a titulação […]. É inadmissível colocar em dúvida a honra de servidores concursados, com mais de dez anos de dedicação ao Estado, que apenas desempenham suas funções técnicas”, afirmou.
Para o sindicalista, a responsabilização indevida também atinge as famílias dos servidores, abala a estrutura social e fere a imagem de trabalhadores que buscam apenas sustentar os próprios lares.
“Temos que ter cuidado com o que é dito e publicado, pois isso afeta profundamente a vida de pessoas honestas. Quando sai uma matéria no jornal ou nas redes sociais, gera constrangimento e sofrimento. É preciso responsabilidade ao lidar com servidores que cumprem ordens de serviço, dentro da legalidade”, disse, defendendo que os técnicos continuem exercendo as funções normalmente.
Figueira, por outro lado, elogiou o Ministério Público de Contas (MPC-RR) por apontar os possíveis responsáveis. O órgão denunciou a ex-presidente do Iteraima, Dilma Costa, e o fazendeiro Ermilo Paludo, por supostamente chefiarem um esquema de grilagem que teria causado prejuízo de R$ 25,5 milhões ao Estado.
“Respeito o procurador Paulo Sérgio, que destacou corretamente quem realmente deve responder. Diferente do relatório da CPI, que generaliza e tenta colocar servidores no mesmo patamar de agentes suspeitos”, afirmou.